Luiz Fernando Carvalho Dias deixou-nos no seu espólio reflexões muito interessantes sobre os limites do concelho da Covilhã, bem como a cópia do tombo mandado fazer pelo Infante D. Luiz.
"O alvará do Infante manda fazer nova demarcação dos termos do concelho por estarem os ditos mal demarcados e por vezes os marcos e malhões danificados. Manda também o Infante que nos anos seguintes se visitem os marcos e malhões a fim de verificar se houve alguma mudança e esta ser devidamente corrigida.
O alvará referido é datado de Évora, de 23 de Dezembro de 1532 e antecede o tombo das demarcações.
Neste tempo o lugar mais fundeiro do concelho da Covilhã era a aldeia de Cambas, e a demarcação dos limites do concelho ia pela cabeça do baraçal, águas vertentes e day direito à selada do val derradeiro e day direito à selada do corenhal águas vertentes - e daí direito à selada do pretelinho e day direito ao penedo alto águas vertentes e day direito a S. Domingos e day ao cabo dos penedos águas vertentes, e day direito às seladas e das seladas direito sobre as mestas e daí se vai direito à selada do machial e daí direito à cabeça gorda.
Alvaro Cambas - Orvalho Silvares e Bogas de Cima Aldeia Nova do Cabo
Oleiros
Sarzedas Janeiro de Cima Folques S. Vicente Souto da Casa
Unhais-o-Velho Pampilhosa
Erada - Serra Alcaide Alcaide com Castelo Novo
(Paúl) Capinha com Penamacor
Casegas e Cebola Folques Penamacor
Alvoco
Neste demarcam-se sucessivamente os limites das freguesias da Covilhã com os termos de Alvoco, Folques, Pampilhosa, Álvaro, Oleiros, Sarzedas, S. Vicente, Castelo Novo, Penamacor, Sortelha, Caria, Belmonte, Valhelhas e Manteigas.
Estas demarcações começam em 1533, sendo juiz pela Ordenação e vereador mais velho Gonçalo Pais de Castelo Branco e vereadores Nuno Matela e Antº Nunes e procurador do concelho Fernã dafonseca e escrivão da Câmara fernamcarvalho. As demarcações são concisas e perfeitas: indicam-nos os lugares onde os malhões, os marcos e as cruzes se encontram; dão-nos a toponímia que deve remontar a eras muito antigas, e como as testemunhas que depõem andam sempre à volta dos setenta a oitenta anos, autoriza-nos a concluir que estas demarcações foram em parte as dos primeiros séculos da nossa história e na outra parte o resultado da formação dos concelhos de que a Covilhã foi, territorialmente, origem.
Como o tombo é escrito em vários anos e regista rectificações de limites, sucede indicarem-se nele por vezes vários magistrados - Por exemplo às demarcações de 1534 preside o Licº Simão de Pina - juiz de fora com alçada pelo Infante; Jorge Soares e Bastião Mendez, escudeiros e vereadores e Pero Pacheco, procurador do concelho, outras vezes aparece entre os vereadores Fernão d’ anes escudeiro, cujo nome encontraremos mais adiante.
O tombo dá-nos também notícia de várias capelas existentes na zona fronteiriça do concelho, notícia de povoações arrasadas, lugares por onde eram cortados os caminhos velhos, indicação de sepulturas, etc...
Por aqui se pode fazer uma pequena ideia dos subsídios que dá para a história da região.
Oferece-nos também um quadro curioso das magistraturas nas aldeias do termo - indicando os nomes humildes dos juízes de cada uma delas, de toda essa gente autenticamente portuguesa, coeva desse período extraordinário da nossa história que vai do meado de quatrocentos ao último quartel de quinhentos." (1)
Concelho do Fundão
Fotografia do Alvará de D. Luiz |
Eu o Infante dõ luiz ẽt faço saber a vos juiz vereadores p.dor e / oficiaes da camara da minha vila de Couilhãa que ora sois / e ao diante forẽ que eu sam imformado que os termos desa / vila estam mall demarcados cõ os vezinhos comarquãos e / que em algũas partes estaã deneficados e esto por nõ / serem vizytados cada anño como he rezão e se costuma / fazer ẽ outrª ‘ partes polo quall vos mando que daquy / em diante em cada hũ anno nos t֮pos em que se soer fazer / vades em pessoa prover todas as demarquaçõis do termo desa / vila cõ as vilas e lugares comarquãos e vejaes se estã como / devẽ e domde devem estar e os fazer hy cõservar ‘ e achando / que estam mall asentados e Repairados do que he neceSario / ou tirados os marquos donde devã destar ou mudados p.ª / outra parte em prejuizo dos termos desa vila ‘ fareis tudo / tornar a restetuyr Ao ponto e estado em que dantes estavã / p.º quanto sam emformado que se nõ faz como deve o ̆q ey por / mall feito por ser ysto cousa que a vosos carregos m.tº couẽ vigiar / porẽ vos mando que asy o cumpreis Inteiramente sob pena de / cada vez ̆q em cada hũ anño se asy nõ fizer pagarẽ os ditos oficiaes trynta cruzados douro ametade p.ª os cativos / e a outra metade pa.ªs obras desa dita villa. I e esto se re/gistará no liv.º da cam.rª dela e mãdo ao stpvã da dita cam.rª / que em cada hũ anno na emtrada delo o provy ̆q aos juiz / e vereadores e p.dor e ponha a provycacã nas costas deste alvarª / e no liv.º da p̆meira vereação I por ̆q nõ aleguẽ Inorãcia / e esto sob pena do ap֮vaçã de seu oficio I esto se guar/dara posto que nõ passe pla chancelarya I luiS glz o fez / ẽ evora a xxiij di de dz.ro de j bc xxxij
a) Ifn Dõ luiz
(notificação do alvará) Segue:
Foi notifjcado deste all.rª do Iff dõ / luys noso Sõr a n.º matella e Gaspar / da costa .... symão glz vereadores / o p sente ano de j bc Rb p my֮ Lço Nog.rª / ̆q hora syrvo despvão da cam.rª aos sỹquo djas do mes de JanJº do dito anno de j bc Rb sẽdo psente o L.do p.º gaspar pºp.dor do c.º L.ço nog.ra o espvy.
Mapa (Notas 2 e 3) |
Continuação do Tombo das Demarcações:
|
(42)
(Covilhã
cõ valhelhas e belmonte)
E loguo no
dito dia (dezaseis dias do mes / de setembro do dto ano de mill e quinhentos
/ he trynta e quatro anos) o dito Juiz e vereadores / e pp.or
do c.º cõ p.º alvz e bastiã mi֮z juizes / e G.ço
anes p.or do dto logar e asi Joãm / diz juiz daldeia de Souto termo out.º
/ sy da dta vila e cõ p.º af.º home֮ de se/se֮ta anos pouqo majs ou menos / e mateus Glz e Fernã piz
e bastiã piz / e lançarote Frz e out.os m.tos abaixo / asinados
forã prever o termo de covilhã / cõ ho de valhelhas e se fforã p֮la / estrada e asi o de bellmonte p
verã e / forã plo Rjo do Zezere ha cyma //
(42 v)
homde se
chama ho Rio velho acima a/te dar no moynho de G.ço L.ço
pla leva/da acima e dy torna a e֮trar no Rjo / do
Zezere loguo e di vaj partindo plo Rio acima todo p.º ho m.º do Zezere / até açenha
de fernã cabrall honde se / mete a teixeyra no dito Zezere e dj /
toma ho Rio da texeira e de la ho Zezere / e vay p.º a tixeira
acima até ho bra/ço do pombal. omde o dito braço do / pombal se mete no
Rio da Teixeira / e di leva o dito braço acima até ho / Rib.º da Gonde onde da bãda dale֮ do / Rib.ro es contra g.co pôs hũ
malhão de / pedras e dj p.ª cima p ho core֮te
/ daguoa que say da castinheyra e no / camynho q֮
se ajũnta (q֮ ve֮ entrelinhado)
de G.co cõ ho Rib.ro da Gaia se pôs hũ malhã de pedra / e di leva
todo o core֮te do valle / da castynheyra
até homde foy o assemto / do moynho velho onde se outro sy / achou hũ malhão
amtiguo que se / riformou e di acima do dto asento / do moynho velho dir.to
a hũs penedos / e hy e֮ hũ penedo se acharã
trez / cruzes antiguas e hy no dito penedo / se fez hũa cruz de novo dale֮ das tres velhas q֮
estavã e dj logo acjma / e֮ out.º penedo q֮ está mais chegado / aho Rio onde se dizia
esta hũ cas/tinheiro q֮ m.tas das
dtas t.as diziam vere֮ //
(43)
q֮ se
chamava ho castinheiro do estre/mo no quall penedo outrosy se acha/rãm
duas cruzes antiguas e se fez / outr.ª cruz de novo e dy passado / ho Ryo do
Zezere antre as aguoas / se fez hũ malhão ho quall diziã / os mais das
t.as sempre estar aly / ffc֮o malhão e
dale֮ das aguas / todos es contra aldeya do
mato (4) / E na borda do Ryo na borda dos / soutos onde chamã hos alvuquos
/ acharã out.º malhã antyguo q֮ / Riformarã e dj se
forã direito ha / borda dos soutos a hũs penedos / grandes os
quaes estã no souto djnes֮ Frz֮ daldeya do mato onde acharã
/ hũas cruzes antigas e da le֮ das / que se acharã
se ffez out.ª cruz / e esto diseram todos ser ho penedo dos / termos de
que esta carta atraz faz / me֮çã e di se vierã p.ª
Riba es/contra a estrada q֮ vay
do dto logar / p.ª aldeya (riscado) valhelhas
e hy e֮ houtº / penedo que esta no souto da daº
a/pariço acharã hũ penedo grãde / no quall se achou hũa cruz antigua / que se
Riformou e dy sobjrãm ha / estrada de cyma honde esta hũa / cruz de pao
na estrada e e֮ hũa pedra / logo hy jũnto está hũa cruz
ãtiga //
(43 v)
ha quall
pedra se chama ha pedra / do qouto e até quj coreo o dto juiz / e
vereadores e pp.or comigo t.am e amalho/aram da man.ra
sobredita e p di / p diante ser a terra m.to forte
de/seram e eles dizere֮ q֮ era coisa / escusada jr la besta e asy p eles / lá nã tere֮ duvida algũa e a demar/cacam lá ser se֮m duvjda e certa ha / mandaram amalhoar e que
viesem de re/por aquy hos malhões e como fi/cavam postos e onde e de que man.ra
/ p se saber todo na verdade e loguo / Fran.co lopes e
Luiz heanes m.ores no dito logar daldeya do mato …../………………………………………/………../
diseram e decrararam / q֮ daqui p.ª cima herã
hos malhões / seguintes q֮ heles sabyam .N. yndo
pla / dita pedra do couto pla sera acima / até dar na fonte do
Fojo e lo/go dale֮ da
fõte junto dela / está hũa cruz e֮
hũ penedo e daqui / saye dir.to a cabeça do fadraga (?) / e dy à cabeça deRa e di ho castelo
/ deradr.º e di todo ho qume da serra / até chegar ho penedo do
Rafeiro / que é no limite do logar d’orjaes / esto todo aguas vertentes
e daqui ha / sã Jyãm e de sã Jiãm a cabeça da quru/jeira
pla lõba ha cyma out.º sy todo aguas vtentes e dahi tor//
(44)
na p.ª contra
ho zezere aos Fieis de / ds֮ q֮ estã na estrada que vay de ver/delhos p.ª ho txoso e dy
destes fieis / de ds֮ leva a lõba abaxo até
/ chegar a out.os Fiéis de Ds֮
q֮ estã / no camjnho que atraveSa de verdelhos
/ p.ª ho cerzedo e que esto he já no li/mite de verdelhos termo outrosy de
/ covilhã e esta decraraçã desta demarcaçãm que se ffez do penedo do /
Rafeiro p diante se fez p luis mi֮z
/ e gill pi֮z m.res e֮ verdelhos e p tanto / ho dito juiz e vereadores mandarã
/ de tall fazer este auto e o man/daram asynar as partes que ho dixerã / e asy
o asinarã ele juiz e officiaes / e eu p.º Fr.co t.am ho
escrevi cõ / ho risquado q֮ diz aldeya e asy cõ ha
/ regã e m.ra q֮ está Risquada nesta /
lauda detraz e cõ hũ amtre linha / q֮
diz “ que vem “ q֮ue todo se fez p.º ffa/zer
verdade p.º Fr.co t.am ho escrevi.
(seguem assinaturas) //
(44 v)
(assinaturas) //(45)
Aos xbj
dias do mes de setembro de j bc xxx iiij / anos no logar daldeya do
mato ter/mo da vila de covilhã estamdo hy o L.do / symã de pina juiz de
ffora cõ alçada na / dta vila e termo p ho Ifamte D. Luiz nosso / sõr e
asi Fernã d’anes e Jorje Soares / escudeiros e vereadores na dta vila e
p.º / pachequo q֮ue ora serve de procurador
do cº / da dita vila pse֮te
ele juiz e oficj/ajs pareceo Fr.co vaz m.or da dita vila
/ e apresentou um alvará do Iffante noso / senhor para
poder poer p.º si hũa p.ª auta / e soficie֮nte
q֮ per ele servjSe de espvã / no dito logar e
sua ffregeSia e asi / e֮ orjajs
e e֮ quarya termo da dita vi/la e
dise a ele juiz e oficiaes q֮ ele / apresentava
aly a bastiã tavares cava/l.ro seu qunhado m.or na vila
de bell/mõnte pedindo que lho recebesse e pº / achare֮ ele ser auto e sofycjente p.ª elo / lhe
deram logo juram.to dos samtos avan/gelhos q֮ue
be֮m e verdadeiramente
servisse ho / dito oficio d’escrivam nos ditos logares / guardando às partes
sua just.ª e ao Ifante / noso snor ser D.to e ele ho pmeteo /
asi fazer e hasinou aquy e lhe manda/ram que servise o dito oficio e eu p.º Fr.co
/ t.am o escrevy e֮
este tõmbo por ser da camara / da
dita vila.
a) Vastiam Tavares //
(45 v)
E depois
disto aos desaSete dias do dito / mês de setembro do dto ano de mil he /
quynhentos he trinta e quatro anos no lo/gar de verdelhos termo da vila
de Covilhãa / estamdo hy ho dito L.do Symã de pyna juiz e / asy
fernã deanes e jorje soares escu/de.ros vereadores e asj p.º
pachequo / q֮ serve de pp.or do c.º da dita
vila / p.º ho limite do dito logar ser tudo / seras e fortes e nã se poder ãdar
/ a cavalo p.º ser a tera forte e os home֮s /
andare֮ apenas a pé I mãdarã loguo / amalhoar e
Riformar hos malhões do dto / termo e limyte do dto logar. N. bras / di֮z aº guomez . p.º luiz. p.º anes. gil / piz e Y.º luis
e S.º luis e y.º luis e V.te luis / e alvaro glz. P.º a.º. Fr.co
di֮z. palos my֮z /
Fernã d’a.º. y.º mi֮z, p.º anes I os quajs o dto /
Juiz e offjciajs mãdarãm q֮ue fos֮em ver os ma/lhõjs q֮ demarquavã ho termo de Covilhã / cõ ho de valhelhas e asi cõ
ho de mã/teyguas e q֮ reformasem hos
ma/lhões antiguos q֮ achasem estado mal /
cõcertados e p eles foy dito q֮
ho termo / da covilhã p o lymite do dto logar / partia cõ ho de valhelhas
vymdo dos fieS / de ds֮ que estã no caminho q֮ vay / do dito logar p ho cerzedo
até honde / chamã ho quouto dr.to p֮la
lomba / abaxo até ho dito quouto honde na / alverqua da Ribeira está hũ malhã antiguo
(46)
/alto e loguo dale֮ / da Ribrªjũto do caminho que vay / do dito logar de verdelhos
p.ª valhe/lhas está e֮ hũa piçara hũa
cruz / velha e֮ a dta piçara e dy se / vay pla lomba a
cyma agoas verten/tes até dar em outro malhão que se / pôs na cabeça que
se chama das / Figueiras e dy agoas vertentes p a / dita lomba
até chegar a cabeça gor/da e dy vay direito aho peguo / q֮ue se chama do termo no Ryo do / zezere homde e֮ hũa piçarra está hũa / cruz antygua em ha
pyçarra que está / no cabo de cima do caminho que vay / do dto logar p.ª manteygas
e aqui / se fizera outra cruz de novo e da/quj a cabeça dazynha homde
esta / hũ malhão m.to grande e di a ptela / do cymo do
vale de çameyro / todo aguas vertentes honde está / hũ morouço de
pedra amtygua / p homde o termo de Gouvea parte cõ ho de covilhã e
daquj asaS l.co (?) a/guas
vertentes e daqui a sam gavriel / e p֮lo
lõbo do michel dir.to acy/ma e e֮
esto m.º / se pasa ho do zeze/re amtre sam graviell e a cabeça / p lõbo
do mjchell e daqui se / vay a cabeça da moreyra e hi //
(46 v)
diserã poer
hũ malhã e daquj vay / ha cruz do souto honde acharã hum ma/lhão amtiguo
e daqui à cabeça / do souto honde outrosy está um ma/lhão e daquy a portela danta
hõ/de fizerã hũ malhão e dy se vay / a fragua do neto onde outrosy / no
cimo da dita fragua poserã hout.º / malhã e daqy vay core֮do
no ly/mite de covilhã todo aguas ver/tentes I e esto assi diseram hos sobreditos
/ acima nomeados q֮ per mandado / do dto
juiz forã ver e amalhoar / da maneira sobredita para saberem / ho limite do seu
logar e esto / p ho juram.to dos samtos avangelhos / que lhe p.
o dito juiz foi dado p֮lo / quall elles diSeram q֮ p hyquy partya / ho termo de covilhã e se֮ppre / ho asj houvjrã dizer e nomear e / demarquar p.º
hos antiguos / dante deles e que esta asi hera / a verdade e e֮lo juiz e vereadores / e per todo asy mãdaram escrever e / q֮ eles ho asinasse֮
e eu p.º / Fr.co t.am que ho escrevy per fernam /
carvalho escrivam da camara / ser hocupado p mandado //
(47)
dele juiz e oficiajs e todos hũs / e outros ho asinarã aqui p.º suas / mãos /
(assinaturas)
//
(47 v)
(folha em branco)
(48)
Demarcacam dos ter/mos da vila de
Covilhã cõ a vila de valhe/lhas que se fez no ano / de mil e quinhentos e xxx b
anos /
Ano do
nacim.to de noso Sõr / Jhũ xp֮o de mil
e qujnhentos / e trinta e cinco annos / aos vinte trez dias do / mês de
setembro do dito
/ ano em ho lugar / daldeya do mato termo da / vila de covilhã estamdo
em / ela ho l.do simão de pina / juiz de fora cõ alçada / em a dita
vila e asy este/vam Rico e ho bacha/rel simão Guomez ve/readores e G֮.º Rijo / procurador do concelho da dita /
vila per via de correiçãm / visitamdo e demarcando / os termos da
dita vila / cõ a vila de valhelhas / loguo os sobreditos / comiguo fernã
carvalho escrivam da camara / da dita vila e cõ //
(48 v)
Fr.co
Lopez e fernã v.te juizes / Do dito logar e d.º a.º / p֮curador do dito lugar / e asi d.º v.te e
dominguos glz֮ / e g.co mi֮z do holival e p.º frz / e v.co glz֮ e G֮.º pi֮z e lamça/rote fr֮z e a.º fr֮z e Joam mi֮z / e d.º mi֮z e Joam v.te e basti/am mi֮z e d.º alvrez ferreiro / e Joam frz e asi outros / m.tos
a mor parte do dito / luguar loguo asi todos / juntos fomos à serra da / silvan
(?) p.ª valhelhas / honde
chamam a pedra do / conto homde em hũa / pedra q֮ está arrymada / a hũ castinheyro acha/mos hũa cruz
amti/gua e asy outra de pao / p honde todos hos sobre/ditos e hos q֮ mais hiam / disseram partir ho termo / de
covilhã cõ ho de va/lhelhas e dahy p.ª bayxo / direito p.ª a lomba a hũa /
mouta honde esta hũas lageas q֮ parece֮ ser em //
(49)
outro tpo laguar
velho / onde achamos hũa cruz / antigua e֮
hũ penedo / e se fez outra e day direy/to ao souto de afom apa/ryco e hy
em elle nũ pe/nedo grande que hy está a/chamos hũa cruz an/tigua no cimo do
pene/do que mostrava ser Re/novada e se fez outra / na face do dito penedo /
des cõntra ho Rio este pe/nedo diguo que está no / souto
de Inêz Frz e da / hy se vay ao malhão / que está amtiguo a bor/da do Rio e
dahy amtre / as aguoas se achou / hũ malhão antiguo / que estava desmanchado e
/ se tornou a rreformar e / do dito malham fomos / a hũ penedo pª da lem
/ de todo ho Rio homde acha/mos duas cruzes am/tiguas e outras duas / feitas
dos anos pasados / e estas dos anos passados //
(49 v)
estavam desmanchadas
/ e se tornaram avyventar / de novo e Riformar / e loguo loguo (sic) hy estan/do presente p.º
a.º ome֮ am/tiguo q֮
se chama de sam/ta ana do dito luguar / daldeia do mato e dise que ele
se acordava p / ho juramento dos samtos a/vamgelhos p ante todos
/ que ele se acordava / em tempo de bras afonso correa / coregedor que
fora nesta / comarqua ele cõ hos mo/radores de covilhã e / cõ hos moradores de
va/lhelhas e aprasimento / de todos se fizeram as / ditas cruzes
amtiguas / p.ª em todo o tp֮o se saber / como p
ali se demarca/va ho termo e que asy era / verdade que entam lhe dera / seu pay
delle t.a lhe dera duas bofetadas p.ª que / lhe lembrasse como per
hy / partia o dito termo I bem asy per p.º Frz֮
morador no / dito luguar daldeya do ma/to foy outrossy dito per jura/m.to dos
avangelhos que hera / verdade que sendo ele menino //
(50)
ele se
acordava q֮ hũ t.am / de valhelhas m.to
velho aque֮ / ele t.a nã lembra o no/me
dele hya p ser m.to ve/lho em cima de hũ asno / branco ho qual
t.am traziam os oficiais / e moradores e m.ta gente / cõ
elle de valhelhas / p.ª que ele t.am per ser / amtiguo lhe disesse p
/ homde partiam os ditos / termos e ho dito t.am hos / levara a
todos a sobredita / pedra das duas cruzes / amtiguas e day os le/vara homde
chamão ho / moinho velho dizemdo q֮
/ p. ho dito penedo he moinho / partiam hos ditos termos / e ele t.ª por ser
muito moço no / tal tp֮o nõ sabe nem se a/corda ho
que mais passou / somente se tornou acordar / que o t.am se chamava
d.º a.º / e que ele t.ª lhe parece que po/dia aver sesenta anos pou/co mais ou menos
e feito / todo asy como dito he loguo / fomos ter honde se chama / o moinho
velho onde acha/mos hũ malhão amtiguo / e per estar desmanchado se rifor//
(50 v)
mou e dahy
fomos / p ho coreguo abaixo / p ho Ribeiro dordem e / se achou
hum malhão no / carreiro que vay p.ª G.º e / se reformou ao pé de hũa / salgueira
e se meteo pedra / na dita salgueira a Ri/ba do madorynho fica / outro
malhão antiguo / e se Riformou vay dahy / p ho braço abaixo demar/camdo
ho dito termo até / se meter o dito braço na / Ribeira da Teixeira e p
y a á agua da teixeira abaixo / até se meter no Zezere / demarca o dito
termo / e per certeza disto asinaram / aqui as d.tas t.as
e / hoficiaes Eu fernã carvalho / escrivã ho escrevi //
(assinaturas)
(Continua)
Notas dos editores: 1)
https://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.com/2011/12/covilha-o-alfoz-ou-o-termo-desde-o.html
2) Pode encontrar no mapa alguns lugares referidos no texto.
3) No mapa mencionado(2) encontra na cor azul alguns dos lugares mencionados nas folhas 42v. a 50v.
4)Aldeia do Mato hoje denominada Vale Formoso:
As Publicações do Blogue:
Estatística baseada na lista dos sentenciados na Inquisição publicada neste blogue:
Sobre as demarcações do concelho:
https://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.com/2019/06/covilha-o-tombo-dos-limites-do-concelho.html
https://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.com/2019/05/covilha-o-tombo-dos-limites-do-concelho.html
covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.com/2019/02/covilha-o-tombo-dos-limites-do-concelho.htmlhttps://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.com/2019/01/covilha-o-tombo-dos-limites-do-concelho.html
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