quarta-feira, 12 de março de 2014

Covilhã - Contributos para a sua História dos Lanifícios XXX


      Considerando que esta valiosa obra de Luiz Fernando Carvalho Dias se encontra esgotada, e embora seja de 1954, estamos a publicá-la por capítulos no nosso blogue. Pensamos ser importante para o estudo da implantação das manufacturas em Portugal.
     Se quisermos contextualizar o tema diremos que governava D. Pedro, cujo vedor da fazenda era o Conde da Ericeira. Economicamente Portugal vivia uma grave crise comercial que o mercantilismo /proteccionismo, muito em uso no século XVII europeu e também em Portugal, no 4º quartel do século, vai procurar resolver. Duarte Ribeiro de Macedo, embaixador de Portugal em Paris, influenciado pelas ideias do ministro francês Colbert, escreveu em 1675 a obra “Sobre a Introdução das Artes no Reyno” e o Conde da Ericeira vai publicar legislação proteccionista muito importante, que também atinge a Covilhã.

D. Pedro, Regente e Rei

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LUIZ FERNANDO DE CARVALHO DIAS






O S  L A N I F Í C I O S

NA  POLÍTICA  ECONÓMICA

DO   CONDE   DA   ERICEIRA



I








LISBOA   MCMLIV


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II

ESTRUTURA ECONÓMICA E TÉCNICA DO FABRICO DOS PANOS


Em 1627 o mercador John Miles obteve licenca de fabricar baetas em Portugal, pelos processos ingleses. Do seu privilégio cons­tavam entre outras cláusulas a preferência na compra das lãs, desde que se aproximasse do melhor preço, a autorização para fundar fábricas nos locais à sua escolha, a Iícença de trazer para o reino súb­ditos ingleses católicos, adestrados no fabrico dos panos, e a pro­tecção das autoridades na realização dos seus objectivos. Segundo o costume da administração filipina, estruturalmente burocrática, organizou-se um inquéríto às possibilidades industriais da Covilhã e de Portalegre, mas os seus números e conclusões perderam-se ou são ainda desconhecidos (1). A tentatíva malogrou-se: era ousada de mais para na época centralizada dos Filipes ser um empreendi­mento viável sem o auxílio do Estado a quem não interessavam ini­ciativas desta classe.
            Tentativa que não obteve melhor êxito é a referida por Vilas Boas ao mencionar o achado dos pentes de ferro de estambrar bae­tas em Vila Mendo, da Comarca da Guarda na casa de Filipe Car­dona. A geração dos Cardonas provinha de Ciudad Rodrigo e de Coria: os primeiros conhecidos em Portugal, no séc. XVII, andaram desde logo ligados ao trato das lãs e dos panos; assentaram na Covi­lhã, onde deixaram larga descendência e figuram entre os merca­dores e trapeiros da época, conforme se depreende do processo de Barnabé Cardona, na Inquisição de Lisboa. Tal achado revela a inten­ção duma renovação no fabrico das sarjas; vem ligar neste século, a vila de Mendo à indústria de lanifícios e restabelecer a cadeia entre a sua indústria primitiva e a dos séculos seguintes, e demonstra como a iniciativa privada não estava inactiva: o condicionalismo político é que não a deixava respirar (2).
                A carta de D. Pedro de 6 de Maio de 1678 para Diniz de Melo e Castro, Governador das Armas da província do Alentejo, acerca da importância das manufacturas do Reino, destinadas a evitar o muito dinheiro que dele tiram os ingleses com seus panos, e da urgência de se fabricarem em Portugal, com a fineza daqueles, esclarece como era já diferente o clima da administração pública.
           
   «E porque os melhores panos que neste Reyno se fazem he nessa Província e nela estiverão já Extrangeiros, como vos he presente, mandareis fazer deligencia se nas Villas em que elles assistirão ha alguns officiaes com noticia da sua fabrica, que elles ensinassem; e quando os haía sabereis delles se são capazes de fazer os taes panos como os de Inglaterra e a mesma deligencía fareis com os Estrangeiros que assistirão na quinta de Pexinhos, E fabricarão hua pessa de pano com consideravel melhora aos que neste Remo se fazem; E de tudo o que achardes, e vos constar sobre este particullar, me dareis conta, enviandome, quan­do o possais fazer, alguãs amostras dos panos que huñs e outros obrarem ...» (3).


            Esta carta revela também como no Alentejo se tentava, com êxito, imitar a fabricação dos tecidos ingleses, utilizando mestres estrangeiros. É de presumir que alguns deles se recrutassem entre os soldados das tropas da Guerra da Restauração. À Misericórdia de Évora, em 1677, também D. Pedro aconselha que as mulheres se devem ocupar em fiar lã, criar bichos da seda, fazer meias de agulha por serem estas ocupações necessárias às fábricas (4).
                A reforma do Conde da Ericeira tinha pois fundas raízes e no ânimo das populações fabris vicejava uma ânsia de renovação, digna de salientar-se.
            Fixadas as tentativas de reforma do fabrico de panos, anteriores ao contrato da Covilhã, é tempo de saber quais os panos que, nesta época, concorriam ao nosso mercado.
            Uma grave desavença entre alfaiates e algibebes de Lisboa, repercutida nos tribunais, oferece-nos a lista completa dos panos usados em Portugal. Mas acontece como na maioria das listas de épocas mais recuadas: ser intransponível a dificuldade de distinguir os panos de fabrico nacional dos panos de proveniência estrangeira, os panos cuja fibra única ou principal é a lã, dos tecidos doutras fibras, como algodão e seda.
            Assim, em 1673 e nos anos subsequentes, coube ao Senado da Câmara de Lisboa e ao Desembargo do Paço, em recurso, fixar quais os tecidos destinados ao trabalho dos alfaiates e dos algibebes, para determinar o que no Reinado de D. Manuel já ficara regulado e era agora aceite pelos interessados: aos algibebes somente era per­mítída a execução de obras em pano de inferior qualidade. O Ventu­roso reservara-lhes então as gales, as fuzeleiras, os panos de Caduel, escorcias, chacheiras e todas as frisas e panos equivalentes. Os gíbões podiam cortá-los em lona e para o fustão requeria-se-lhes exame especial (5).
                O regimento onde persistia esta reserva foi caindo em desuso e com o decorrer do tempo os algibebes alargaram a margem das suas actívídades, até que, no séc. XVII, por se modificarem, de certo, as condíções de trabalho, com a abundância de mestres e de tendas, os alfaiates tentaram repôr as leis em seu antigo vigor. Mas a classifi­cação dos panos alterara-se profundamente, ou porque uns mudas­sem de nome ou porque outros fossem substituídos pela moda. Pre­tenderam então os alfaiates que se reservasse aos algibebes a obra, o corte e o comércio dos panos seguintes: Negrilha que vale a vara dois tostões; Estamenha que vale a vara dois tostões e é pano da terra: Branqueta - 220 rs. a vara; Estamenha de Castela - 320 rs. a vara; Baeta da terra - 3 tostões o côvado: Quatorsenos - 500 rs. o côvado; Frisa - 340 rs. a vara; Panos dosenos brancos e de toda a cor - 450 rs. o côvado: Parrilhas até 3 tostões o côvado; Sarafinas- 360 rs. o côvado; Sarjas - 400 rs. o côvado; Chamalotes de lã - 250 rs. o côvado: Bombasinas -160 rs. o côvado; Diogetas (sic = a dro­guetes) - 100 rs. o côvado; Rasas de Montalvão - 360 rs. a vara; Crizes (sic=Frisas) baixas – 600 rs. a vara; Ustedas - 300 rs. o côvado; Saragoças dosenas, baixas - 450 rs. o côvado ; Palmilhas – 160 rs. o côvado; a vareagem do Reino baixa.
            Por sua vez os alfaiates guardavam para si o corte, a obra e o comércio das sedas, dos panos de Londres, dos panos desochenos, das milanezas, das baetas finas, dos canelões, das duquezas e das Barreganas.
            Os algibebes não se conformaram mas a contenda, entre os dois ofícíos afins, terminou cedendo os alfaiates aos algibebes, além das vínte espécies já reconhecidas, as duquezas que não excedessem 400 rs. o côvado, as baetas finas de todas as cores, destinadas a for­ros e não a obra nova, e as milanezas que não fossem de seda. Os mercadores estrangeiros com o intuito de alargarem aos algibebes o mercado dos panos proibidos mudaram ainda os nomes aos tecidos, restabelecendo a confusão (6).
                Anteriormente, em 1630, a Câmara de Lisboa respondendo a uma petíção dos algibebes, autorizara-os a trabalhar os panos de Do­zeno para baixo, o quatorzeno da Covilhã e as escarcenas de Castela, que valem todos de 2 tostões a 12 vinténs a vara, os picotes de Castela, as varas do Norte, os panos denominados Cael, Barganil, Cail baixo, não sendo de Portel, Bezuatas, Baetas de Inglaterra e toda a vareagem do Reino (7).
              Dos panos antigos da ordenação de D. Manuel só existiam, em 1673, o pano dozeno de Portalegre e sua Comarca, sarafínas, sarjas, catalões, mesclanas, damascos e lã, ostenda, bombasina de toda a sorte, barregana, pele de camelo, estamenha de freira, selícios, holandas, raxadas, xamalotes de lã, perolopes e perpetuanas, todos com menor valia do que o pano dozeno (8).
                Gonçalo da Cunha Vilas Boas, na sua Memória, circunscreve a fabricação da Covilhã a baetas,sarjas, droguetes, picotilhos e filites e classifica estes tecidos como a fazenda  portuguesa de melhor quali­dade. Mas não restam dúvidas de que se produziam na Covilhã e nas comarcas da Guarda e de Castelo Branco, além destes tecidos, toda a vareagem do reino e ainda outros artigos baixos: se Vilas Boas os não referencia é por não interessarem à política da época em que escrevia (9). A nomenclatura estrangeira de muitas fazen­das referidas não quer dizer origem, mas simples padrão ou tipo de tecido, imitado em Portugal.
            Os alfaiates e os algibebes de Lisboa também se dedicavam ao comércio de panos.
            Ora por voltas de 1634, os algibebes ricos faziam monopólio das fazendas estrangeiras, para depois as venderem aos remediados e pobres com lucros exagerados. A especulação levou os algibebes a requererem ao município a nomeação de compradores oficiais que regulassem o mercado da compra, repartindo por todos, duma forma justa e equitativa, as fazendas de importação (10). Os laços corpo­rativos tinham afrouxado neste meado do séc. XVII, e a ânsia do lucro escalava os redutos dos mesteres mais insignificantes. A liber­dade do fabrico e do comércio de panos nacíonaís estava pois nas tradições da época.
            Desde que a actividade lanificial se subtraiu quase totalmente ao ciclo caseiro e ingressou no ciclo artesanal e pré-capitalista, logo as unidades do fabrico dos panos tenderam a aglomerar-se em determinadas regiões.
            A Covilhã, Portalegre e Estremoz ficaram centros principais desta convergência, deixando a Lisboa e à sua comarca a situação secundária que derivava dos obstáculos da organização corporativa do seu município, ao desenvolvimento da actividade livre.
            Mas de todos estes centros nenhum bateu em importância o concelho da Covilhã cujo predomínio lhe adveio da instala­ção de colónias estrangeiras dedicadas exclusivamente a essa acti­vidade; do consequente comércio de matérias primas com os mer­cados peninsulares, através dos judeus ou cristãos novos, duma situação geográfica na intercepção dos caminhos da transumância dos gados da Estrela para as campanhas da Idanha e para o Campo d’Ourique e ainda  dos gados espanhóis de Sória, de Segóvia e do Mosteiro de Guadalupe para os Hermínios; de centro fronteíríço do comércio de lãs espanholas em Portugal; das águas claras das suas ribeiras e das gredes finas destinadas às operações fabris; da isen­ção de direitos de portagem em benefício dos mercadores seus vizi­nhos e dum contrato de sisa, em boas condições (11).
                Estendeu-se a actividade manufactureira às vilas limítrofes, mas a Covilhã, pela agência dos seus mercadores, pelo número das suas fiandeiras e pela técnica dos seus oficiais ainda condicionava a actividade do comércio da Beira Baixa.
            Castelo Branco, Idanha, Penamacor, Monsanto, Belmonte, Sortelha, Manteigas, Linhares, Melo e Celorico mandavam fiar na Covilhã o excedente das suas lãs, e por vezes os trapeíros destas vilas entregavam os panos aos mercadores covilhanenses para lhos coloca­rem nos grandes mercados. Nestas vilas viviam, por sua vez, merca­dores e paneiros cristãos novos, aparentados com os da Covilhã (12).
                A padronagem, ditada pelos mercadores e oficiais da Covilhã, de Portalegre e de Estremoz, comandava o fabrico das outras comarcas e dos demais lugares onde se faziam os panos (13).
                Contudo, a dispersão da indústria pelos lugares do Concelho atingíu a hegemonia da Covilhã.
            Nos lugares e aldeias produzia-se mais barato, porque a popula­ção, embora menos especializada, repartia-se entre os labores do campo e a manufactura dos panos, representando esta um suple­mento da sua economia nitidamente agrária. Na Vila, as manufac­turas representavam o único meio de vida. No campo, diminuia a fiscalização dos vedores e das entidades concelhias. Por isso o Fundão e o Teixoso, lugares do concelho da Covilhã, ombreiam algumas vezes com a Vila e chegam a tentar emancipar-se da sua jurisdição.
            Os procuradores da Covilhã às cortes de 1641 queixam-se a El-Rei D. João IV do elevado peso das sisas cujo cômputo certo andava fixado por contrato desde o Reinado de D. João III, em 1.105.637 rs. e cem arráteis de cera, a 100 rs. o arrátel. Então a popu­lação da vila agrupava 2.000 vizinhos e contava muitos mercadores ricos. Eram também os panos um quase exclusivo da Vila da Covílhã e de Portalegre. Mas as circunstâncias mudaram. Com a fuga dos mercadores diminuiu o trato e eles levaram consigo na emigração, cerca de 300.000 cruzados que andavam no giro dele. A queda do índice populacional afectava também a indústria: a fiação era um sorvedouro da mão-de-obra. As vilas circunvizinhas beneficiavam de tributos mais suaves, pois os seus contratos reflectiam conjunturas exclusivamente agrárias. A falta de lãs de Castela concorria para causar prejuízos na qualidade e na quantidade dos panos. A sisa das correntes da Vila baixando de 300.000 rs. para 70.000 rs. revelava a crise e os 230.000 rs. de diferença recaiam na sisa geral do con­celho (14).
                Mas o panorama económico da Covilhã escurece com as nu­vens da Guerra da Restauração e de tal forma, que apesar da cons­ciência de todos os portugueses perante as dificuldades do erário público, os procuradores da Covilhã às Cortes de 22 de Outubro de 1653, voltaram a expôr a trágica situação, no número quarto dos seus capítulos:

«Paga esta uilla a V. M.e seis contos e dusentos e vinte mil rs, de decima, E de síza de panos seis mil e tantos cruzados, E de real dagua mais de mil e tantos, com que está mui cansada, E atrasada E com as companhias de auxiliares que de nouo se fizerão sofrera muito mais pellas socorrerem dos bens de Raiz que são da mesma siza pella falta dos do conselho, E por que nem huns,nem outros bastarem se mandou fazer finta pella uilla E termo para seu pagamento que vem a ser 2ª. decima o que nos he insofrivel pois se paga tanto para a guerra - pedimos a V. Me. nos faça mercê mandar se não lancem taes fintas, E que os taes soldados se paguem dos escertos destinados a guerra» (15).

            As razões expostas pelos procuradores deviam corresponder à realidade. Embora a fabricação declinasse, comparada com as épo­cas anteriores de florescimento, mesmo assim o Ldº. Jorge Cardozo, escritor coevo, registou como a Covilhã se jactava de vestir de panos finos quase todo o Reino (16). A crise não obstou a merecer a honra de ser escolhida pelo 3.° Conde da Ericeira para fulcro duma era nova na política dos panos.
(Continua)
            
NOTAS DO CAPÍTULO II
(1ª Parte)
1 - REBELO DA SILVA - História de Portugal fls 474
2 - DOC. nº 8.
3 - BlBL. D' AJUDA DE LISBOA - Pratel. 51. Est. 6 nº. 28 fls. 95.
4 – BIBL. N. DE LISBOA - Sec. de Res. F. g. Caixa 291 nº. 46 - Cópia do sec. XIX.
5 - LIVRO DOS REGIMENTOS DOS OFFICIAES MECANlCOS DA MUI NOBRE E SEMPRE LEAL CIDADE DE LIXBOA (1572) - Publicados e Prefaciados pelo Dr. Vergílio Correia. Coimbra - 1926 – pag. 246.
6 - FRANZ-PAUL LANGHANS - As corporações dos ofícios mecânicos. Lisboa 1943. VoI. 1º. pags. 53 e segts, e 88 e segts.
7 - ID. - pag. 86.
8 - ID. - pag. 86. Selícios em vez cilícíos por se ter respeitado a grafia do documento.
9 - DOC. nº. 8.
- Tal doutrina decorre das cartas de Gonçalo da Cunha Vilas Boas que publicaremos em 2.º vol.
10 - FRANZ-PAUL LANGHANS – ob. cit. pag. 79.
11 - ARQ. MUNICIPAL DA COVILHÃ - Foral de D. Manuel - Santarém, 1 de Junho de 1510.
- Contrato das Sizas de D. João 3.° de 14 de. Maio de 1528.
- A isenção da portagem para os mercadores Covílhanenses vem de épocas muito remotas.
12 - SUBSíDIOS PARA A HISTÓRIA REGIONAL DA BEIRA BAIXA. 1940. Capítulos da Covilhã para as Cortes. Capº. 16. pag. 53.
- BIBL. N. DE LISBOA - Listas de sentenciados ou julgados pelo St.º Ofi­cio, in Colecção de António Joaquim Moreira - Sec. de Res. F. g.
13 - REGIMENTO DOS PANOS DE 1573 - cap. 72. ln. Coll. Chron. de Legis­lação. Cit. (1683-1704) pag. 228.
14 - SUBSÍDIOS PARA A HIST.ª DA Bª. BAIXA - citada - Capítulos da Covilhã - 1641 - cap. 16 pag. 53.
15 - ARQ. MUNICIPAL DA COVILHA - Capítulos das Cortes de 1653.

16 – LDº. GEORGE CARDOSO - Agiologio Lusitano. Lisboa 1657. Tom. 2 pago 716. 

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As publicações sobre os Contributos para a História dos Lanifícios:
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2014/02/covilha-contributos-para-sua-historia_26.html
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