Portugal viveu sob o domínio filipino desde 1580 até 1 de Dezembro de 1640,
altura em que começa a governar D. João IV, 8º Duque de Bragança. A Espanha,
que andava envolvida em guerras europeias, não conseguiu vencer os
conspiradores portugueses. Assim, Portugal vai viver uma guerra com Espanha
durante vários anos e em várias frentes, para a qual não estava preparado. Esta
guerra, por vezes só escaramuças, termina em 1668, já na regência do Infante D.
Pedro, reinado de D. Afonso VI. Encontramos no espólio de Luiz Fernando Carvalho Dias muitos covilhanenses a receberem
mercês pelos serviços prestados nesta Guerra da Restauração, quer na fronteira
espanhola, quer no Brasil. Contudo também nos aparecem mercês por serviços não
militares, como a juízes de fora e a procuradores nas Cortes, ou a professores
de Latim ou administradores de sacramentos a soldados na Guerra. Que tipos de
mercês? Das mais genuínas:
- “… para
casamento de suas sobrinhas Brites de Proença e Antonia de Proença, de um
oficio de justiça ou fazenda para a pessoa com quem casar…”. Até:
- “… de
uma Capela do rendimento de 40.000 rs para os ter com o habito da Ordem de
Cristo; pelos serviços prestados em Maranhão, Argel, Alentejo e no governo do
forte de Zibreira, nos postos de alferez e Capitão…”
*****
MERCÊ ao Padre João Mendes, para casamento de suas sobrinhas Brites
de Proença e Antonia de Proença, de um oficio de justiça ou fazenda para a
pessoa com quem casar, pelos seus serviços na Covi1hã, onde ensinava Latim por
ocasião da Aclamação, e admnistrando aos soldados os sacramentos nas jornadas
de Elges, Valverde e S. Martinho; e pelos serviços de seu Avô Manoel Barreiros
que ficou cativo na jornada de D.Sebastião; e pe1os de seu tio Pedro Fernandes,
que foi na Armada de França. De 7 de Agosto de 1645 273v
MERCÊ
a José de Macedo Tavares,
natural da Covilhã, da promessa de 30.000 rs de pensão, na comenda da Ordem de
Cristo, para os ter com o habito; Pelos seus serviços na fortificação de
Covilhã sendo capitão da ordenança e gastar muito de sua fazenda na leva que
ali se fez de soldados e na compra de ferro e armas, e em Valverde, Elges,
Alfaiates, Almeida, Fonte Guinaldo e na cobrança das decimas. De 14 de Set. de 1645 433v
MERCÊ
ao mesmo do habito da
ordem de Cristo, com 30.000 rs de pensão. De 14 de Set. de 1645
434
MERCÊ
dos direitos maninhos da Covilhã a Ruy de Figueiredo de Alarcão,
filho de Jorge de Figueiredo, por lhe caber a lei relativa aos que tomaram
parte na recuperação do Salvador. De 18 de Abril de 1646 324
MERCÊ
a Afonso Furtado de Mendonça,
filho de Jorge Furtado de Mendonça, de uma vida na Comenda de Refois e da
Alcaidaria mor da Covilhã: pelos seus serviços na rendição de S. Julião da
Barra em Lisboa, Socorro de Salvaterra, Almeida, Alfaiates, assaltos de Elges,
Valverde, S. Martinho, Guardão e Aldeia da Ponte. De 27 de Setembro de 1646
376v
MERCÊ
ao licenciado Domingos Antunes Portugal, Juiz de fora de Coimbra de 20.000 rs de pensão em uma
Comenda da Ordem de Cristo, para os ter com habito da mesma ordem; pelos seus
serviços como Juiz de Fora da Covilhã e Procurador de Penamacor em Côrtes. 7 de
Set. de 1647 60
MERCÊ da promessa de 40.000 rs de pensão, com
o habito da Ordem de S. Bento de Aviz, a
Rodrigo da Fonseca Robalo, filho de Antonio Robalo; pelos serviços
prestados como Capitam mor da Vila da Covilhã. De 16 de Julho de 1648
l33v
MERCÊ
da promessa de 30.000 rs
de pensão em uma das comendas da 0rdem de Cristo, com o respectivo habito, a Gregorio Tavares da Costa, natural da
Covilhã, e filho de Luiz Tavares da Costa; pelos serviços prestados na Beira e
em Castela, nos postos de Capitão, Sargento mor e Capitão mor. De 8 de Dezembro
de 1648
176
MERCÊ
ao mesmo do lançamento
do habito de Cristo, com trinta mil reis de pensão. De 8 de Dezembro de 1648 176
MERCÊ
a Francisco Correia de Macedo,
Cavaleiro fidalgo e aposentador da Corte, Filho de Pantaleão Correa, da
admnistração da Capela instituida por Vicente Domingues Crespo, na Igreja de S.
Paulo da Vila da Covilhã, que vagou pelo falecimento de Pero de Mesquita, do
rendimento anual de 26.000rs por conta da promessa de outra capela de 25.000rs
de renda. De 4 de Setembro de 1649 246
MERCÊ
a Filipe do Vale Caldeira,
natural da Covilhã, de uma Capela do rendimento de 40.000 rs para os ter com o
habito da Ordem de Cristo; pelos serviços prestados em Maranhão, Argel,
Alentejo e no governo do forte de Zibreira, nos postos de alferez e Capitão. De
20 de Fevereiro de 1649 19lv
MERCÊ
ao mesmo do lançamento
do habito da Ordem de Cristo, com 40.000 rs de pensão. De 20 de Fevereiro de 1649 191v
MERCÊ
ao Comissario geral de Cavalaria do exercito e provincia do Alentejo, Pedro
Mauricio Duquesne, francês, da
Comenda de S. Maria da Covilhã, vaga por falecimento de Dom João de Meneses,
para a ter com o habito da ordem de Cristo; pelos serviços que prestou na
fronteira do Alemtejo. De 11 de julho de 1650 306
MERCÊ
ao mesmo do lançamento
do habito da ordem de Cristo, a titulo da Comenda de S. Maria da Covilhã, pelos
seus serviços na provincia do Alentejo. De 11 de Julho de 1650 306
MERCÊ
a José de Macedo Tavares,
cavaleiro da Ordem de Cristo de 30.000 rs, no rendimento dos bens de D. Lopo da
Cunha, ausente em Castela, e da promessa de 20.000 rs com o habito de Cristo a
seu filho Antonio da Costa, pelos seus serviços no lançamento das decimas em
alguns lugares do termo da Covilhã, como procurador da Covilhã nas cortes de
1649 e pelos de seu irmão Simão Pina de Mendonça, capitão de uma companhia de
infantes. De 15 de Abril de 1654 28
MERCÊ
a Antonio da Costa,
filho de José de Macedo Tavares, do habito de Cristo, para o ter com 20.000 rs
de pensão, em uma comenda da Ordem. De l5 de Abril de 1654 28v
MERCÊ
a Filipe Toscano de Souza,
natural de Penamacôr, filho do licenciado Luiz Toscano, de 20.000 rs de pensão
em uma comenda da ordem de Cristo, para os ter com o habito dela, pelos seus
serviços como Juiz de Fora de Arronches, juiz de fora e Capitão-mor da Covilhã,
onde fez o lançamento das decimas. De 5 de Maio de 1654 38
MERCÊ
a Francisco Borges,
clerigo do habito de S. Pedro, natural da Covilhã, filho de Antonio Borges de
Souza, de 20.000 rs. de pensão, na Igreja de Leomil, Comarca de Pinhel, que foi
dos Conegos regulares de Roncesvales do Reino de Navarra, em consideração do
zelo e trabalho nos seus serviços, achando-se na entrada da praça de S. Felix.
De 6 de Junho de 1654 47
MERCÊ
a Francisco Borges,
clerigo do habito de S. Pedro, natural da Covilhã, filho de Antonio Borges de
Souza, de 20.000rs de renda cada ano, pagos na parte que vem a poder do
Tesoureiro da junta dos trez estados e se arrecada do rendimento da Comenda de
Leomil, na Comarca de Pinhel, que foi dos Conegos regulares de Roncesvalles do
Reino de Navarra. De 7 de julho de 1654 56
MERCÊ
a Antonio Dias Marques,
natural da Covilhã e filho de Antonio Dias Marques, de 40.000 rs de pensão em
uma das Comendas da Ordem de S. Tiago, para os ter com habito da mesma, que lhe
mandara lançar, servindo primeiro dois anos em Pernambuco, dos quais se lhe
farão logo vinte efectivos e de um alvará de oficio de justiça, fazenda ou
guerra, que couber na qualidade de quem casar com sua sobrinha, pelos serviços
no Brasil desde 1630 como Sargento e alferez, na campanha de Pernambuco, Porto
Calvo, Jangada, Camaragibe, Paranamarim, Barreta, Igaraçú, Parahiba, Ilha de
Itamaracá, Cabo de S. Agostinho, cerco do Salvador, presidio da Bahia, batalha
de Garapes e recuperação do Recife. De 21 de Outubro de 1654 103
MERCÊ
ao mesmo, do habito de
S. Tiago, para o ter com 40.000 rs. de pensão, em uma das comendas da ordem,
devendo proceder-se às competentes provanças. De 13 de Dezembro de 1654 l04v
MERCÊ
ao mesmo para que receba
o habito de S. Tiago, assim que preste os dois anos de serviço no Maranhão. De
13 de Dezembro de 1654 104
MERCÊ
a Afonso Furtado de Mendonça,
fidalgo da Casa Real, filho de Jorge Furtado de Mendonça, da jurisdição e
direitos reais da Vila de Barbacena, em sua vida e por conta da promessa da
Comenda de 500.000 rs que seu pai lhe renunciou lhe faz conta do dote de
200.000 rs, pelos serviços prestados na Covilhã, de que era alcaide-mor, no
Alentejo, Salvaterra do Extremo, Campo Maior, em que foi governador e em
Albuquerque e Montijo. De 9 de Março de 1655 139
MERCÊ
ao mesmo, mestre de
campo e fidalgo da casa Real, da comenda de S. Julião de Bragança, da ordem de
Cristo que vagou por Francisco Cabral, por conta da promessa de 200.000 rs. de
renda efectiva e da consignação de 80.000 rs. por anno, nos bens sequestrados
na comenda de Leomil,na comarca de Pinhel, dos conegos regrantes de Roncesvalles,
no Reino da Navarra. De 28 de junho de 1655
139
MERCÊ
ao licenciado Miguel de Souza Correia,
natural da Covilhã, Filho de Gaspar Vaz de Souza e Irmão de Fr. Bartolomeu de
Sant'Ana, Carmelita Descalso e de João Pinto, da promessa de 20.000 rs de
pensão em uma das comendas a pensionar da ordem de Cristo com o respectivo
habito, pelos serviços que prestou como juiz de fora de Alter do Chão,
corregedor de Guimarães e corregedor da Comarca de Coimbra, e em atenção aos
serviços de seu pai, que foi desembargador da casa de Bragança e aos de seus
irmãos. De 26 de Setembro de 1655 l85v
MERCÊ
ao mesmo, do lançamento
do habito de Cristo, com 20.000 de pensão, em uma comenda da ordem. De 26 de
Setembro de 1655 l85v
MERCÊ
a Marco Antonio de La Potherie,
de lançamento do habito de Cristo a titulo da comenda de S. Maria da Covilhã,
vaga pelo falecimento do tenente general da Cavalaria do Alentejo. De 27 de
Outubro de 1655 194
MERCÊ
a D. Luiz de Menezes,
filho de Dom Henrique de Menezes, da Comenda de S. Bartolomeu da Covilhã da
Ordem de Cristo e de 100.000 rs de tença nas saboarias de Lisboa, em
substituição da sua consignação nos bens dos Regalados. De 2 de Junho de 1660
59v
MERCÊ
a Diogo Dias Preto,
natural da Covilhã, Filho de Lourenço Dias, da promessa de 50.000 rs de pensão
em alguma das comendas da ordem de Cristo, com o habito da mesma ordem, dos
quais se lhe farão efectivos 30.000 rs. e da promessa de um Oficio de Justiça
ou fazenda para quem casar com uma de suas filhas, nomeada por ele. De 5 de
Maio de 1660 165v
MERCÊ
ao mesmo, consignando os
30.000 rs que teve por outro despacho, que eram de sua promessa de pensão
efectiva, noutros 30.000 rs que Thome Furtado de Mendonça tinha de pensão na
comenda de Proença e que por falecimento dele vagaram. De 13 de maio de 1660 166
MERCÊ
ao mesmo, de lançamento
do habito de Cristo com 50.000 rs. de pensão em alguma comenda da mesma ordem.
De 5 de Maio de 1660 166
MERCÊ
a Miguel Fernandes,
natural da Covilhã, filho de Manuel Fernandes, de 30.000 rs de renda em bens de
confiscados ou de ausentes, de pensão em comenda ou bens da ordem de S. Tiago
para seu sobrinho Antonio Pereira de Carvalho e com o habito da Ordem. De 10 de
Fevereiro de 1662 298
MERCÊ
a Antonio Pereira de Carvalho
para que enquanto se lhe não desse cumprimento ao alvará de lembrança da
promessa de oficio da justiça, fazenda ou guerra, fosse ocupado nas serventias
dos oficios que vagassem, na forma do seu alvará. De 8 de Março de 1662
MERCÊ
ao mesmo do lançamento
do habito de S. Tiago com 30.000 rs. de renda em bens de confiscados e de
ausentes de pensão em comenda ou bens da ordem de que tinha promessa. De 10 de
Fevereiro de 1662 299v
MERCÊ
ao mesmo, não ter nele
feito a portaria do habito de S. Tiago por se lhe ter dado o de Cristo para seu
sobrinho Timoteo de Brito.
MERCÊ a Marco Antonio de La Potherie,
irmão de Pedro Maria Duquesne, da Comenda de Stª Maria da Covilhã, no Bispado
da Guarda, vaga pelo dito seu irmão, com o habito de Cristo; pelos serviços que
Pedro Maria Duquesne prestou como tenente general da Cavalaria do Alentejo,
combatendo contra Castela. De 27 de Outubro de 1665
194
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