quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Covilhã - A Alcaidaria XII

    Continuamos a apresentar os documentos encontrados no espólio de Luiz Fernando Carvalho Dias sobre a alcaidaria da Covilhã. Procuramos seguir uma ordem cronológica. Hoje publicamos um alvará de Filipe III passado em Madrid, em 1638, a familiares de Luís Castro Rio:

"Alvará de Filipe III passado em Madrid a 22/6/1638 considerando hábeis para o desempenho de todos os serviços, cargos e empregos, o Deão da Sé de Lisboa Afonso Furtado de Mendonça, seus irmãos, cunhados e sobrinhos por descenderem de Diogo de Castro Rio, que el-Rei D. Sebastião em satisfação dos serviços que lhe prestava e a D. João III concedeu alvará de privilégio de nobreza."

    O alvará de 1638 levou-nos a pesquisar aquele deão Afonso Furtado de Mendonça e o seu antepassado D. Diogo de Castro (do Rio). Este era cristão-novo, mas foi designado fidalgo da casa-real por carta de privilégio assinada por D. João III em 1532. É nobilitado em 1561, quando a regente Dona Catarina o liberta, ao seu irmão Luís de Castro e aos seus descendentes de todos os “defeitos de nascimento”. D. Afonso foi arcebispo de Lisboa entre 1627 e 1630, podendo-se observar uma pedra de armas que lhe pertenceu, no edifício do Museu do Teatro Romano de Lisboa.

Pedra de armas pertencente a D. Afonso Furtado de Mendonça

    O sucesso social da família relaciona-se com o comércio na Índia e África, com empréstimos de dinheiro à Coroa, operações financeiras e funções militares. Também encontrámos um Heitor Furtado de Mendonça, certamente da mesma família, que em 1591 chegou ao Brasil como inquisidor da 1ª visitação do Tribunal do Santo Ofício do Brasil.
    Apesar de tudo o que se disse, os descendentes – Viscondes de Barbacena – não foram poupados à suspeita de inabilitação. Vejamos a prova do que afirmamos:
Em 1633 os netos de D. Diogo de Castro – Afonso Furtado Mendonça (deão da Sé de Lisboa e ouvidor da Justiça Real); Luís Castro Rio (senhor de Barbacena e alcaide-mor da Covilhã); Jorge Furtado Mendonça; D. Luísa Henriques; Dona Catarina Teles da Silva (mulher de Luís Castro Rio e alcaidesa da Covilhã); Dona Mariana da Silva – apresentam uma petição da sua limpeza de sangue.  Nós, editores, pensamos que a resposta a esta petição possa ser o alvará de 1638 que apresentámos acima.

Fonte – Biblioteca Nacional de Portugal - Reserv. 1203/16 A. fl.212

2 comentários:

  1. Bom dia
    O livro "Forais manuelinos do reino de portugal e do algarve" saiu em edição de autor e, segundo informação recolhida era adquirido directamente ao seu ilustre progenitor. Não terá, por acaso, restado algum exemplar para venda?
    Obrigado

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  2. Boa noite
    A obra "Forais Manuelinos do Reino de Portugal e do Algarve" encontra-se esgotada; no entanto fomos contactados por uma familiar de um antigo assinante, que pretende vender o seu exemplar. Se continuar interessado, queira enviar-nos o seu endereço electrónico, que aqui não divulgaremos, para novos contactos.
    Cumprimentos

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