domingo, 4 de maio de 2014

Covilhã - Mercês a Covilhanenses no período da Restauração


Columbano - Aclamação de D. João IV

    Portugal viveu sob o domínio filipino desde 1580 até 1 de Dezembro de 1640, altura em que começa a governar D. João IV, 8º Duque de Bragança. A Espanha, que andava envolvida em guerras europeias, não conseguiu vencer os conspiradores portugueses. Assim, Portugal vai viver uma guerra com Espanha durante vários anos e em várias frentes, para a qual não estava preparado. Esta guerra, por vezes só escaramuças, termina em 1668, já na regência do Infante D. Pedro, reinado de D. Afonso VI. Encontramos no espólio de Luiz Fernando Carvalho Dias muitos covilhanenses a receberem mercês pelos serviços prestados nesta Guerra da Restauração, quer na fronteira espanhola, quer no Brasil. Contudo também nos aparecem mercês por serviços não militares, como a juízes de fora e a procuradores nas Cortes, ou a professores de Latim ou administradores de sacramentos a soldados na Guerra. Que tipos de mercês? Das mais genuínas:

- “… para casamento de suas sobrinhas Brites de Proença e Antonia de Proença, de um oficio de justiça ou fazenda para a pessoa com quem casar…”. Até:

- “… de uma Capela do rendimento de 40.000 rs para os ter com o habito da Ordem de Cristo; pelos serviços prestados em Maranhão, Argel, Alentejo e no governo do forte de Zibreira, nos postos de alferez e Capitão…”


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 MERCÊ ao Padre João Mendes, para casamento de suas sobrinhas Brites de Proença e Antonia de Proença, de um oficio de justiça ou fazenda para a pessoa com quem casar, pelos seus serviços na Covi1hã, onde ensinava Latim por ocasião da Aclamação, e admnistrando aos soldados os sacramentos nas jornadas de Elges, Valverde e S. Martinho; e pelos serviços de seu Avô Manoel Barreiros que ficou cativo na jornada de D.Sebastião; e pe1os de seu tio Pedro Fernandes, que foi na Armada de França. De 7 de Agosto de 1645                           273v

MERCÊ a José de Macedo Tavares, natural da Covilhã, da promessa de 30.000 rs de pensão, na comenda da Ordem de Cristo, para os ter com o habito; Pelos seus serviços na fortificação de Covilhã sendo capitão da ordenança e gastar muito de sua fazenda na leva que ali se fez de soldados e na compra de ferro e armas, e em Valverde, Elges, Alfaiates, Almeida, Fonte Guinaldo e na cobrança das decimas. De 14 de Set. de 1645                                 433v

MERCÊ ao mesmo do habito da ordem de Cristo, com 30.000 rs de pensão. De 14 de Set. de 1645                            434

MERCÊ dos direitos maninhos da Covilhã a Ruy de Figueiredo de Alarcão, filho de Jorge de Figueiredo, por lhe caber a lei relativa aos que tomaram parte na recuperação do Salvador. De 18 de Abril de 1646           324

MERCÊ a Afonso Furtado de Mendonça, filho de Jorge Furtado de Mendonça, de uma vida na Comenda de Refois e da Alcaidaria mor da Covilhã: pelos seus serviços na rendição de S. Julião da Barra em Lisboa, Socorro de Salvaterra, Almeida, Al­faiates, assaltos de Elges, Valverde, S. Martinho, Guardão e Aldeia da Ponte. De 27 de Setembro de 1646                       376v

MERCÊ ao licenciado Domingos Antunes Portugal, Juiz de fora de Coimbra de 20.000 rs de pensão em uma Comenda da Ordem de Cristo, para os ter com habito da mesma ordem; pelos seus serviços como Juiz de Fora da Covilhã e Procurador de Penamacor em Côrtes. 7 de Set. de 1647                      60

MERCÊ da promessa de 40.000 rs de pensão, com o habito da Ordem de S. Bento de Aviz, a Rodrigo da Fonseca Robalo, filho de An­tonio Robalo; pelos serviços prestados como Capitam mor da Vila da Covilhã. De 16 de Julho de 1648    l33v

MERCÊ da promessa de 30.000 rs de pensão em uma das comendas da 0rdem de Cristo, com o respectivo habito, a Gregorio Tavares da Costa, natural da Covilhã, e filho de Luiz Tavares da Costa; pelos serviços prestados na Beira e em Castela, nos postos de Capitão, Sargento mor e Capitão mor. De 8 de Dezembro de 1648                              176

MERCÊ ao mesmo do lançamento do habito de Cristo, com trinta mil reis de pensão. De 8 de Dezembro de 1648                              176

MERCÊ a Francisco Correia de Macedo, Cavaleiro fidalgo e aposentador da Corte, Filho de Pantaleão Correa, da admnistração da Capela instituida por Vicente Domingues Crespo, na Igreja de S. Paulo da Vila da Covilhã, que vagou pelo falecimento de Pero de Mesquita, do rendimento anual de 26.000rs por conta da promessa de outra capela de 25.000rs de renda. De 4 de Setembro de 1649                                246

MERCÊ a Filipe do Vale Caldeira, natural da Covilhã, de uma Capela do rendimento de 40.000 rs para os ter com o habito da Ordem de Cristo; pelos serviços prestados em Maranhão, Argel, Alentejo e no governo do forte de Zibreira, nos postos de alferez e Capitão. De 20 de Fevereiro de 1649         19lv

MERCÊ ao mesmo do lançamento do habito da Ordem de Cristo, com 40.000 rs de pensão. De 20 de Fevereiro de 1649                            191v

MERCÊ ao Comissario geral de Cavalaria do exercito e provincia do Alentejo, Pedro Mauricio Duquesne, francês, da Co­menda de S. Maria da Covilhã, vaga por falecimento de Dom Jo­ão de Meneses, para a ter com o habito da ordem de Cristo; pelos serviços que prestou na fronteira do Alemtejo. De 11 de julho de 1650                                 306

MERCÊ ao mesmo do lançamento do habito da ordem de Cristo, a titulo da Comenda de S. Maria da Covilhã, pelos seus serviços na provincia do Alentejo. De 11 de Julho de 1650                                 306

MERCÊ a José de Macedo Tavares, cavaleiro da Ordem de Cristo de 30.000 rs, no rendimento dos bens de D. Lopo da Cunha, ausente em Castela, e da promessa de 20.000 rs com o habito de Cristo a seu filho Antonio da Costa, pelos seus serviços no lançamento das decimas em alguns lugares do termo da Covilhã, como procurador da Covilhã nas cortes de 1649 e pelos de seu irmão Simão Pina de Mendonça, capitão de uma companhia de infantes. De 15 de Abril de 1654              28

MERCÊ a Antonio da Costa, filho de José de Macedo Tavares, do habito de Cristo, para o ter com 20.000 rs de pensão, em uma comenda da Ordem. De l5 de Abril de 1654                                  28v

MERCÊ a Filipe Toscano de Souza, natural de Penamacôr, filho do licenciado Luiz Toscano, de 20.000 rs de pensão em uma comenda da ordem de Cristo, para os ter com o habito dela, pelos seus serviços como Juiz de Fora de Arronches, juiz de fora e Capitão-mor da Covilhã, onde fez o lançamento das decimas. De 5 de Maio de 1654                          38

MERCÊ a Francisco Borges, clerigo do habito de S. Pedro, natural da Covilhã, filho de Antonio Borges de Souza, de 20.000 rs. de pensão, na Igreja de Leomil, Comarca de Pinhel, que foi dos Conegos regulares de Roncesvales do Reino de Navarra, em consideração do zelo e trabalho nos seus serviços, achando-se na entrada da praça de S. Felix. De 6 de Junho de 1654                         47

MERCÊ a Francisco Borges, clerigo do habito de S. Pedro, natural da Covilhã, filho de Antonio Borges de Souza, de 20.000rs de renda cada ano, pagos na parte que vem a poder do Tesoureiro da junta dos trez estados e se arrecada do rendimento da Comenda de Leomil, na Comarca de Pinhel, que foi dos Conegos regulares de Roncesvalles do Reino de Navarra. De 7 de julho de 1654                              56

MERCÊ a Antonio Dias Marques, natural da Covilhã e filho de Antonio Dias Marques, de 40.000 rs de pensão em uma das Comendas da Ordem de S. Tiago, para os ter com habito da mesma, que lhe mandara lançar, servindo primeiro dois anos em Pernambuco, dos quais se lhe farão logo vinte efectivos e de um alvará de oficio de justiça, fazenda ou guerra, que couber na qualidade de quem casar com sua sobrinha, pelos serviços no Brasil desde 1630 como Sargento e alferez, na campanha de Pernambuco, Porto Calvo, Jangada, Camaragibe, Paranamarim, Barreta, Igaraçú, Parahiba, Ilha de Itamaracá, Cabo de S. Agostinho, cerco do Salvador, presidio da Bahia, batalha de Garapes e recuperação do Recife. De 21 de Outubro de 1654                           103

MERCÊ ao mesmo, do habito de S. Tiago, para o ter com 40.000 rs. de pensão, em uma das comendas da ordem, devendo proceder-se às competentes provanças. De 13 de Dezembro de 1654                          l04v

MERCÊ ao mesmo para que receba o habito de S. Tiago, assim que preste os dois anos de serviço no Maranhão. De 13 de Dezembro de 1654                           104

MERCÊ a Afonso Furtado de Mendonça, fidalgo da Casa Real, filho de Jorge Furtado de Mendonça, da jurisdição e direitos reais da Vila de Barbacena, em sua vida e por conta da promessa da Comenda de 500.000 rs que seu pai lhe renunciou lhe faz conta do dote de 200.000 rs, pelos serviços prestados na Covilhã, de que era alcaide-mor, no Alentejo, Salvaterra do Extremo, Campo Maior, em que foi governador e em Albuquerque e Montijo. De 9 de Março de 1655                 139

MERCÊ ao mesmo, mestre de campo e fidalgo da casa Real, da comenda de S. Julião de Bragança, da ordem de Cristo que vagou por Francisco Cabral, por conta da promessa de 200.000 rs. de renda efectiva e da consignação de 80.000 rs. por anno, nos bens sequestrados na comenda de Leomil,na comarca de Pinhel, dos conegos regrantes de Roncesvalles, no Reino da Navarra. De 28 de junho de 1655    139

MERCÊ ao licenciado Miguel de Souza Correia, natural da Co­vilhã, Filho de Gaspar Vaz de Souza e Irmão de Fr. Bartolomeu de Sant'Ana, Carmelita Descalso e de João Pinto, da promessa de 20.000 rs de pensão em uma das comendas a pensionar da ordem de Cristo com o respectivo habito, pelos serviços que prestou como juiz de fora de Alter do Chão, corregedor de Guimarães e corregedor da Comarca de Coimbra, e em atenção aos serviços de seu pai, que foi desembargador da casa de Bragança e aos de seus irmãos. De 26 de Setembro de 1655                             l85v

MERCÊ ao mesmo, do lançamento do habito de Cristo, com 20.000 de pensão, em uma comenda da ordem. De 26 de Setembro de 1655                              l85v

MERCÊ a Marco Antonio de La Potherie, de lançamento do habito de Cristo a titulo da comenda de S. Maria da Covilhã, vaga pelo falecimento do tenente general da Cavalaria do Alentejo. De 27 de Outubro de 1655              194

MERCÊ a D. Luiz de Menezes, filho de Dom Henrique de Menezes, da Comenda de S. Bartolomeu da Covilhã da Ordem de Cristo e de 100.000 rs de tença nas saboarias de Lisboa, em substituição da sua consignação nos bens dos Regalados. De 2 de Junho de 1660                            59v

MERCÊ a Diogo Dias Preto, natural da Covilhã, Filho de Lourenço Dias, da promessa de 50.000 rs de pensão em alguma das comendas da ordem de Cristo, com o habito da mesma ordem, dos quais se lhe farão efectivos 30.000 rs. e da promessa de um Oficio de Justiça ou fazenda para quem casar com uma de suas filhas, nomeada por ele. De 5 de Maio de 1660                        165v

MERCÊ ao mesmo, consignando os 30.000 rs que teve por outro despacho, que eram de sua promessa de pensão efectiva, noutros 30.000 rs que Thome Furtado de Mendonça tinha de pensão na comenda de Proença e que por falecimento dele vagaram. De 13 de maio de 1660                             166

MERCÊ ao mesmo, de lançamento do habito de Cristo com 50.000 rs. de pensão em alguma comenda da mesma ordem. De 5 de Maio de 1660                              166

MERCÊ a Miguel Fernandes, natural da Covilhã, filho de Manuel Fernandes, de 30.000 rs de renda em bens de confiscados ou de ausentes, de pensão em comenda ou bens da ordem de S. Tiago para seu sobrinho Antonio Pereira de Carvalho e com o habito da Ordem. De 10 de Fevereiro de 1662               298

MERCÊ a Antonio Pereira de Carvalho para que enquanto se lhe não desse cumprimento ao alvará de lembrança da promessa de oficio da justiça, fazenda ou guerra, fosse ocupado nas serventias dos oficios que vagassem, na forma do seu alvará. De 8 de Março de 1662

MERCÊ ao mesmo do lançamento do habito de S. Tiago com 30.000 rs. de renda em bens de confiscados e de ausentes de pensão em comenda ou bens da ordem de que tinha promessa. De 10 de Fevereiro de 1662                            299v

MERCÊ ao mesmo, não ter nele feito a portaria do habito de S. Tiago por se lhe ter dado o de Cristo para seu sobrinho Timoteo de Brito.

 MERCÊ a Marco Antonio de La Potherie, irmão de Pedro Maria Duquesne, da Comenda de Stª Maria da Covilhã, no Bispado da Guarda, vaga pelo dito seu irmão, com o habito de Cristo; pelos serviços que Pedro Maria Duquesne prestou como tenente general da Cavalaria do Alentejo, combatendo contra Castela. De 27 de Outubro de 1665                       194


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