sábado, 27 de setembro de 2014

Lista dos Sentenciados na Inquisição LXIII



Lista dos Sentenciados no Tribunal do Santo Ofício da Inquisição de Lisboa, Coimbra e Évora,  originários ou  moradores no antigo termo da  Covilhã  e  nos concelhos  limítrofes  de  Belmonte  e Manteigas.

1061    Ângelo Freire, solteiro, lavrador, natural e morador em Belmonte, filho de Manuel Freire, acusado de blasfémias, de 26/9/1759 a 16/12/1760.
PT-TT-TSO/IL/28/8639
                       
1062    Manuel João Páscoa, natural e morador em Silvares, Fundão, acusado de proposições heréticas, de 31/8/1758 a 27/11/1758
PT-TT-TSO/IL/28/5054
           
1063    Manuel Almeida, cirurgião, natural e morador em Belmonte, filho de Leandro de Elvas, soldado de cavalaria, acusado de blasfémias, de 26/9/1759 a 16/12/1760.
PT-TT-TSO/IL/28/8639

1064    Catarina Inácia, x.n., solteira, de 20 anos, natural do Fundão e moradora em Lisboa, na rua do Capelão, filha de Pedro Lopes Álvares ou Pedro Lopes ou Pedro Lopes Cizeiro, tratante e de Catarina Henriques, x.n., neta paterna de Pedro Lopes Álvares e de Mécia Rodrigues, (2ª mulher dele) e materna de Álvaro Henriques ou Álvaro Henriques Ferreira ou Álvaro Henriques de Castro, x.n., rendeiro e contratador e Maria Pereira, x.n., naturais e moradores que foram na Covilhã, bisneta de Pedro Rodrigues, pai do avô paterno; de Pedro Henriques Ferreira e Catarina Rodrigues, pais do avô materno; de Diogo Pereira ou Diogo Nunes Pereira e Ana Mendes ou Ana Mendes Pereira, pais da avó materna; trisneta de Francisco Henriques Ferreira, curtidor e de Maria Ferreira, naturais e moradores na Covilhã, pais do bisavô Pedro Henriques Ferreira; de António Lopes Satão, mercador, natural do Fundão e Ana Rodrigues Satoa, natural da Covilhã, onde foram moradores, pais da bisavó Catarina Rodrigues; de Álvaro Pereira, x.n., curtidor e Violante Pereira, x.n., pais do bisavô Diogo Pereira; de Gaspar Mendes e Ana Pereira, pais da bisavó Ana Mendes Pereira; tetraneta de Tomé da Silva e de Maria Nunes, pais do trisavô Gaspar Mendes; de Martim Mendes ou Martinho Mendes e  de Leonor Pereira, pais da trisavó Ana Pereira; pentaneta  de Gaspar de Siqueira, x.n., tratante e Grácia Mendes, x.n., naturais de Sousel, pais do tetravô Tomé da Silva; de Gaspar Mendes e Mécia Roiz, naturais e moradores no Fundão, pais da tetra avó Maria Nunes; de Gaspar Mendes e Leonor Rodrigues, pais do tetra avô Martim Mendes; de Manuel Lopes, x.v., barbeiro e Mécia Pereira, naturais e moradores na Covilhã, pais da tetra avó Leonor Pereira; hexa neta de Manuel Lopes e Brites Antunes, x.x.v.v., pais do penta avô Manuel Lopes; e de Diogo Pereira, alfaiate e Leonor Mendes, x.x.n.n., pais da penta avó Mécia Pereira; de 3/7/1751 a 20/9/1761, (O pai, a mãe e os irmãos são os referidos sob os nºs 618, 579, 1002, 1010, 1023, 1051, 1052, 1053 e 1055 desta lista), defunta no cárcere em 12/7/1753.
PT-TT-TSO/IL/28/8683

1065    Catarina Dias, solteira, de 42 anos, natural do Teixoso, freguesia de Nª Srª da Conceição, filha de João Afonso da Cruz e de Maria Francisca, de 2/8/1755 a 9/12/1762, acusada de feitiçaria.
PT-TT-TSO/IL/28/11974

1066    Clara Maria de Flores, x.n., natural e moradora na Covilhã, filha de Diogo Henriques Flores ou Diogo Henriques, mercador, natural do Fundão e de Clara Maria ou Clara Henriques, natural da Covilhã, neta paterna de Domingos Rodrigues Flores, x.n., mercador e de Leonor Henriques e materna de António Vaz e Ana Nunes, bisneta de Pedro Rodrigues Álvares e de Violante Rodrigues, pais do avô paterno, de Manuel Dias Nunes e de Maria Nunes, pais da avó materna, trisneta de Manuel Rodrigues, “o redondo”, sapateiro e Branca Rodrigues, avós do avô paterno e de Manuel Nunes e Isabel Rodrigues, avós da avó paterna, de Pedro Lopes e Isabel Rodrigues, pais do bisavô Domingos Rodrigues; de António Vaz e Leonor Henriques, pais da bisavó Brites Henriques; tetraneta de João Lopes e Maria Rodrigues, pais do trisavô Pedro Lopes; de Manuel Fernandes e Leonor Rodrigues, pais da trisavó Isabel Rodrigues; de Jorge Vaz e Isabel Rodrigues, pais do trisavô António Vaz; e de Diogo Henriques e Clara Henriques, pais da trisavó Leonor Henriques, casada com José Vaz da Cunha, de 9/2/1764 a 26/6/1778. (O pai, a mãe e o irmão são os referidos sob os nºs 584, 667 e 975 desta lista).
PT-TT-TSO/IL/28/4750       
                                                                                                                                 
1067    Jacinta Maria, x.n., natural e moradora na Covilhã, freguesia de S. Pedro, casada com Simão Gomes de Carvalho, x.n., de 16/6/1765 a  23/10/1766.
PT-TT-TSO/IL/28/4758       

1068    David Mendes, x.n., de 43 anos, sapateiro, natural de Vila Nova de Fajeda, Lamego e morador na Covilhã, filho de Manuel da Silva Goês e de Leonor da Silveira, naturais de Vila Nova de Fajeda, viúvo de Leonor Maria, de 11/9/1745 a 30/1/1764, data da mesa.
PT-TT-TSO/IL/28/11499     

1069    José Ribeiro, diácono, natural e morador no Ferro,  Covilhã, acusado de violação de ordens, em 26/1/1763.
PT-TT-TSO/IL/28/10418     

1070    Francisco Mendes Veiga, x.n., de 26 anos (em 1726), tratante, natural da Guarda e morador no Fundão, filho de Jacinto Mendes, mercador e de Jacinta Maria, casado com Mécia Henriques, (A mulher e os filhos são os referidos sob os nºs 816, 1038, 1044 e 1045 desta lista), de 8/11/1726 a 6/7/1765, auto de fé de 28/6/1765.
PT-TT-TSO/IL/28/2907


Fonte – Os dados em itálico foram retirados do “site” ANTT – Arquivo Nacional da Torre do Tombo relativo aos processos dos Tribunais do Santo Ofício.
Esta lista, tal como as anteriores, é da autoria dos editores.
Na cota dos processos, as indicações IL/28, IC/25 e IE/21 referem-se aos tribunais, respectivamente, de Lisboa, Coimbra e Évora.
Os processos do Tribunal do Santo Ofício de Lisboa estão presentemente todos digitalizados.

As publicações no blogue:


Estatística elaborada pelos editores e baseada nesta lista dos sentenciados na Inquisição:

sábado, 20 de setembro de 2014

Covilhã - Contributos para a sua História dos Lanifícios XLIV



   Em Portugal a regulamentação sobre a transumância foi mais tardia e um pouco diferente da de Espanha. Um dos polos de conflito entre pastores e criadores de gado com os proprietários de terras e agricultores são as canadas ou caminhos públicos para a passagem dos rebanhos. D. Manuel é um dos governantes que promulga leis concedendo privilégios aos pastores em transumância. O mesmo acontecendo com Filipe I, logo nas Cortes de Tomar. Ao lermos documentos relacionados com Pastores encontramos vários cargos relativos a esta profissão. No século XVII já existe o cargo de Desembargador Juiz Conservador dos Pastores Ganadeiros da Serra d’Estrela e Alentejo. Contudo D. João IV aprova coimas aos pastores, mas veremos abaixo que os privilégios aos pastores continuam com D. Pedro II e D. João V. Hoje continuamos a apresentar uma publicação sobre  "Privilégios e Liberdades concedidas aos pastores serranos...", (1) de 1767 (D. José I) que encontrámos no espólio de Luiz Fernando Carvalho Dias
  
[...]





Fonte - Biblioteca Nacional de Lisboa (hoje BNP), Reservados 1660

Nota dos editores - Como o documento é apresentado segundo o sistema de imagem, aconselhamos os nossos leitores a clicarem com o rato sobre ele, para que o visionamento seja mais perfeito.

As Publicações do Blogue:
Estatística baseada na lista dos sentenciados na Inquisição publicada neste blogue:
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2011/11/covilha-lista-dos-sentenciados-na.html

As publicações sobre os Contributos para a História dos Lanifícios:
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2014/08/covilha-contributos-para-sua-historia.html
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2014/07/covilha-contributos-para-sua-historia_9.html
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2014/07/covilha-contributos-para-sua-historia_6.html
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2014/07/covilha-contributos-para-sua-historia.html
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2014/06/covilha-contributos-para-sua-historia_22.html
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2014/06/covilha-contributos-para-sua-historia.html
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2014/05/covilha-contributos-para-sua-historia_29.html
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2014/05/covilha-contributos-para-sua-historia.html
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2014/04/covilha-contributos-para-sua-historia_27.html
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2014/04/covilha-contributos-para-sua-historia_23.html
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2014/04/covilha-contributos-para-sua-historia_6.html
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2014/04/covilha-contributos-para-sua-historia.html
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2014/03/covilha-contributos-para-sua-historia_16.html
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2014/03/covilha-contributos-para-sua-historia.html
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2014/02/covilha-contributos-para-sua-historia_26.html
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2014/02/covilha-contributos-para-sua-historia.html

sábado, 13 de setembro de 2014

Covilhã - As suas Igrejas IV

   Pesquisando no ANTT o Mosteiro de São Pedro de Arganil verificámos que em 1187 se designava por Mosteiro de Arganil, mas mais tarde por Monasterij Sancti Petri de Arganil,  como nos aparece no documento e, posteriormente, por Mosteiro de Folques ou Mosteiro de São Pedro de Folques. Sobre a igreja de Sancti Iohanis de Manta in Collo de Covelliana sabemos que o padroado desta igreja foi doado ao Mosteiro por João Mendes, seu fundador e ainda que houve uma causa em que foram partes os clérigos e paroquianos da igreja e o prior e frades do Mosteiro de São Pedro de Arganil de que foi delegado apostólico o bispo da Guarda (Egitânia).
    Continuamos a publicar alguns destes documentos encontrados no espólio de Luiz Fernando Carvalho Dias.
  
[...]



           Domnus (? ) Pelagius de Sousa iuratus et interrogato quis hedificavit ecclesiam aut fecit dixit quod nesciebat sed viderat ibi domnum Iohanem Menendj. Interrogato si viderat ibi fratres de Arganil in possione ecclesie dixit quod viderat sed nesciebat sub qua forma. Interrogatus si quis facit ecclesiam est patronus dixit quod nesciebat. Interrogato si patronus potest dare patronatum cuilibet dixit similiter.

            Domnus Egeas presbiter iuratus et interrogato ab utraque parte quis hedificavit ecclesiam dixit quod nesciebat sed audierat dicere quod alter fundaverat eam et non Iohanem Menendj tamen viderat ibi Iohanem Menendj pro domino usque ad mortem suam. Interrogato si viderat ibi fratres de Arganil in possione ecclesie dixit quod viderat ibi fratres et audivit quod Iohanes Menendj volebat dare eis eam. Interrogato si consuetudo est aut usus terre quod qui fundat ecclesiam aut facit est patronus dixit quod sic quia domnus ....... dedit ecclesiam Sancti Iacobj fratribus de Sancto Georgio et alij de villa dederunt ecclesias cui voluerunt. Interrogato si Johanes Menendj intravit predictam ecclesiam per vim aut per arma dixit quod nesciebat. Interrogato quis abbadavit ecclesiam post mortem Iohanes Menendj dixit quod credebat quod parrochiani cum episcopo et vidit ibi Gonsalvum Menendj pro domino et priore usque ad locum istum sunt testes ........................................

            Domnus Suerius laicus iuratus et interrogato quis hedificavit ecclesiam aut fecit dixit quod nesciebat. Interrogato si viderat ibi fratres de Arganil in posione ecclesie dixit quod non. Interrogatus si qui facit ecclesiam aut hedificat est patronus dixit quod sic mihi viderat. Interrogato si patronus potest dare suum patronatum cuilibet dixit quod nesciebat.

            Decanus Egitaniensis iuratus et interrogatus si Iohanes Menendi intravit ecclesiam per vim vel cum armis vel ...... respondit quod sic. Interrogatus si Johanes Menendi fuit integratus de ipsa ecclesie usque ad obitum suum respondit quod sic et post mortem istius statam fuit abadata de Gonsalvo Menendj per episcopum et parrochianes. Interrogato si vidit inde fratres de Arganil integratos respondit quod non usque ad locum istud sunt testes producta ex parte monas terij esse ( ? ).

            Suerius prior de Sancta Maria de Carantonia iuratus et interrogatus si Iohanis Menendj intravit ecclesiam Sancti Iohanis per vim aut si projecerat domnum Michaelem per arma dixit quod nesciebat. Interrogatus si Iohanes Menendi fuit integratus usque ad suam mortem de ecclesia dixit quod sic. Interrogatus si post ea fuit abadata sine fratribus dixit quod nesciebat sed viderat inde domnum Gunsalvum ibi sed nesciebat si tenebat eam in commendatam si erat prior. Interrogatus si viderat ibi fratres de Arganil post mortem Iohannis Menendj dixit quod non.

            Suerius Calvus iuratus et interrogatus si Johanes Menendj projecterat domnum Michaelem priorem de ecclesia Sancti Iohanis dixit quod sic. interrogatus si domnus Michaelis populavit ipsam ecclesiam dixit quod sic. Iohanes Menendi inde projecterat domnum Michaelem fuit integratus inde usque ad suam mortem. Interrogatus si post mortem Iohanes Menendi fuit priorata sine fratribus dixit quod fuit de domno Gonsalvo et de Martino Pelagii et nec fratribus nec parrochianis.

            Iohanes Salvatoris iurato et interrogato dixit quod domnus Michaelis fundaverat ecclesiam et recepit ibi Johanem Menendj in medietatem et habuerunt ambo intencionem super eam et plagas et percusiones et post fecerunt convencionem et Johanes Menendi comparavit medietate domno Michaelem et recessit domnus Michaelis et Johanes Menendi fecit ecclesiam do novo et remansit pro domno et tenuit eam usque ad suam mortem et post fuit priorata de domno Gonsalvo e de Martino Pelagii cum parrochianis et cum episcopo et sine fratribus.

            Menendus Tabas iurato et interrogato quis fundaverat ecclesiam dixit quod domnus Michaelis et dixit quod nesciebat si Johanes Menendi fundaverat eam sed tenebat quod habebant eam per medium et post habebunt ambo intencionem et Johanes Menendi projecit inde domnum Michaelem per vim et per arma et cecidit ( ? ) ecclesia post Johanes Menendi melioravit eam et tenuit eam usque ad mortem et post fuit priorata de Gonsalvo Menendi et de Martino Pelagii per parrochianos et per episcopum. Interrogatus si fratres de Arganil fuerant integrati de possessione eclesie vel de patronatu dixit quod non.

            Domnus Monteiro laicus iuratus et interrogatus quis fecerat ecclesiam dixit quod nesciebat sed viderat inde Johanem Menendi domnum usque ad suam mortem. Interrogatus si Johanes Menendi intraverat ipsam ecclesiam per vim dixit quod nesciebat. Interrogatus si viderat ibi fratres de Arganil integratos de patronatu aut de possessione dixit quod viderat ibi unum fratrem de Arganil Johanem Gonsalvi nomine sed nesciebat ...... quomodo stabat ibi. Interrogatus si fuit priorata sine fratribus post mortem Johanes Menendi dixit quod nesciebat.

            Menendus Alfonsi laicus iuratus et interrogatus quis fundaverat ecclesiam dixit quod nesciebat sed viderat inde Johanem audierat quod domnus Michaelis fundaverat eam. Interrogatus si Johanes Menendi intraverat ecclesiam per vim dixit quod nesciebat sed viderat Johanem Menendi domnum usque ad mortem. Interrogatus quis fecerat ecclesiam dixit quod Gonsalvinus de Galiana fecerat oussiduam et Johanes Menendi cum parrochianis fecerit corpus ecclesie. Interrogatus si fratres de Arganil fuerant integrati de possesione vel de patronatu dixit quod nesciebat. Interrogato si fuerat priorata post mortem Iohanis Menendj dixit quod ante mortem Iohanis Menendj vocavit tres parrochianos et dedit eos claves et rogavit  eos quod pro eraancia quam habebat cum illis quod darent ecclesiam Gonsalvo Menendj et post venerunt duos fratres de Arganil et voluerunt intrare ecclesiam et illi qui tenebant encomendatam autem posuerunt bestias fratrum per frena et posuerunt eos extra et postea parrochiani et episcopus dederunt eam Gonsalvo Menendj et  Martino Pelagij post domnum Gonsalvum.

            Johanninus Colmeiro laicus iuratus et interrogato quis fecerat ecclesiam dixit quod nesciebat. Interrogato si Johanes Menendj intraverat ecclesiam per vim dixit quod nesciebat sed viderat inde Johanem Menendj domnum usque ad suam mortem. Interrogato si viderat fratres de Arganil integratos de patronatu vel de possessione dixit quod non. Interrogato quis abadavit ecclesiam post mortem Iohanis Menendj dixit quod Johanes Menendj dederat illam Gonsalvo Menendj. Et post parrochiani cum episcopo dederunt eam Martino Pelagij.

            Domnus Dominicus laicus iurato et interrogato quis fundavit ecclesiam dixit quod audierat dicere quod domnus Michael sed non viderat. Interrogato si Iohanis Menendj intraverat ecclesiam per vim aut si projecerat idem domnum Michaelem dixit quod audierat hoc dicere sed non viderat. Interrogato quis fecerat ecclesiam dixit quod nesciebat sed viderat inde Johanem Menendj domnum usque ad mortem. Interrogato si viderat fratres de Arganil integratos de patronatu vel de possione dixit quod non. Interrogato quis abbadaverat ecclesiam post mortem Johanis Menendj dixit quod ille mandaverat eam domno Gonsalvo et parrochiani per mandatum episcopi dederunt eam domno Gonsalvo.

            Suerius Iohanis canonicus Sancte Marie iuratus et interrogato pro utraque parte quis fundaverat ecclesiam dixit quod Johanis Menendj et domnus Michael et post habuerunt anbo intentionem super eam et domnus Michael fuit propulsatus a Johanne Menendj de ipsa ecclesia et post fecerunt conventione et Johanes Menendj comparavit de domno Michaele unam casam laicalem quod non habitaret ibi nec haberet cum intencione. Prior Johanes Menendj remansit in possione ecclesie et pro domno. Et fecit ecclesiam et possedit eam usque ad mortem. Interrogato si viderat ibi fratres de Arganil in possione dixit quod viderat ibi unum fratrem nomine Iohanem Gonsalvi sed nesciebat sub quo modo. Interrogato si quis facit ecclesiam aut fundat est patronus dixit quod sic. Et dixit quod Iohannes Menendj erat patronus predicte ecclesie. Interrogato si patronus potest dare patronatum ecclesie cuilibet dixit quod sic quia fuerat usus et iste testis ductus fuit pro utraque parte. Interrogato quis abbadavit ecclesiam post mortem Iohannis Menendj dixit quod ipse domnus Iohanes Menendj mandavit eam domno Gonsalvo et parrochiani et episcopus post dederunt eam domno Gonsalvo.

            Johanes de Sayo laicus iuratus et interrogato quis fecerat aut fundaverat ecclesiam dixit quod nesciebat sed audierat dicere quod alter clericus fundaverat eam cum Iohane Menendj tamen dixit quod nunquam viderat ibi alium domnum nisi Johanem Menendj. Interrogato si viderat ibi fratres de Arganil in possione vel patronatu dixit quod viderat ibi unum fratrem nomine Petrum Alvarinum clavicularium et alium qui dicebatur Iohanis Gonsalvi tamen Johane Menendj erat domnus. Interrogato si albadaverat ecclesiam cum fratribus dixit quod non sed parrochiani cum episcopo dederunt domno Gonsalvo Menendj.

            Petrus Bonus iurato et interrogato quis fundaverat ecclesiam dixit quod nesciebat sed viderat quando Johanes Menendj profecerat inde domnum Petrum clericum per vim et per arma. Interrogato quis fecerat ecclesiam dixit quod nesciebat Et dixit quod Johanes Menendj averat inde dominus usque ad mortem. Interrogato si fratres de Arganil fuerant in possione vel patronatu dixit quod non. Et dixit quod audivit dicere quod Johanes Menendj dederat fratribus de Arganil mediatatem unius almuie et unius vinee      . Interrogatus quis abbadaverat ecclesiam post mortem Johanis Menendj dixit quod parrochianj cum episcopo dederant eam domno Gonsalvo.

            Petrus Calvus laicus interrogato et iurato quis hedificavit ecclesiam dixit quod nesciebat sed audierat dicere quod Johanis Menendj fecerat eam cum alio clerico. Et viderat Johanem Menendj domnum ipsius ecclesie usque ad mortem. Interrogato si viderat ibi fratres de Arganil in possione ecclesie dixit quod viderat ibi unum fratrem clavicularium nomine Petrum Alvarinum et Johanes Menendj erat domnus ipsius ecclesie Et projecit Johanem Menendj postea inde ipsum fratrem. Interrogato si est consuetudo quod quis facit ecclesiam aut fundat est patronus dixit quod sic. Interrogato si patronus ecclesie potest dare patronatum cuilibet dixit quod sic ... cum parrochianis. Interrogato si Johanes Menendj intraverat ipsam ecclesiam per arma aut per vim dixit quod non sed dixit quod fecit eam. Interrogato si Johanes Menendj fuit integratus de ipsa ecclesia dixit quod fuit usque ad morte. Interrogato quis abbadavit ecclesiam post mortem Johanes Menendj dixit quod parrochiani per medietatem Johanis Menendj dederunt eam Gonsalvo Menendj et iste testis fuit prductus ab utraque parte.

            Martinus Pelagij prior Sancte Marie iuratus et interrogato si Iohanes Menendj intravit ecclesiam per vim aut per arma dixit quod nesciebat aut si projecterat inde domnum Michaelem dixit quod audierat dicere quod domnus Michael hedificavit eam. Et audierat quod propulsaverat inde Johanes Menendj domnum Michaelem pro parte ....... dixit quod viderat inde domnum Johanem Menendj usque ad mortem ........... freires et fratres in possione ecclesie. ...................................................................................................parrochianos et concilium et capitulum quod rogarent episcopum quod dedisse ecclesiam Gondisalvo Menendj quia ipse erat sua projenie. Et dixit quod ........ Johanes Menendj monasterio de Arganil unam equam promissit intrare cum suo ..... et medietatem unius vinee Et mediatatem unis almuie qui domnus Gonsalvus .......... Interrogato quis mandaverat ecclesiam post mortem Iohanis Menendj dixit quod parrochiani cum ipsis ...........

            Johanes Molveiro laicus interrogatus et iuratus qui hedificavit ecclesiam dixit quod domnus Michael et post Johanes Menendj projecit inde domnum Michaelem per arma et per vim et post Johanes Menendj melioravit in factura ecclesie. Interrogato si viderat ibi fratres de Arganil ......... ecclesie dixit quod non. Interrogato si quis facit aut fundat ecclesiam est patronus dixit quod nesciebat quid erat patronus. Et dixit quod quando Johanes Menendj jacebat infirmus ..... mortuus fuit quod reliquit ecclesiam in posse parrochianorum que abbadarent eam cum episcopo. Et post dederunt ipsi ecclesiam Gonsalvo Menendj et cum episcopo. Et de patronatu dixit quod erat usus et consuetudo quod qui hedificat eam quod potest dare cuicunque voluerit est testis ab utraque parte.


                        Iste est titulus ........ ex parte ecclesie Sancti Johanis de Manta in Collo ....... archipresbiter super hoc damus vobis istas testes quia quando Iohanes Menendj intraverat ecclesiam Sancti Johanis intravit ..... cum asnis et per forciam et intravit inde domnum Michaelem qui eam populavit et quod Iohanes Menendj fuit integratus usque ad suam mortem Et quod post ea fuit abbadata sine fratribus et quod ante nec postea nunquam inde videmus fratres de Arganil integratos de patronatu nec de possione.
(FIM)


Fonte - ANTT, Cx. mº 2, nº 4 

As Publicações do Blogue:
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2013/05/covilha-o-2-aniversario-do-nosso-blogue.html

Estatística baseada na lista dos sentenciados na Inquisição publicada neste blogue:
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2011/11/covilha-lista-dos-sentenciados-na.html


Publicações sobre as igrejas no nosso blogue:
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2014/05/covilha-as-suas-igrejas-ii.html
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2014/03/covilha-as-suas-igrejas-i.html
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2012/10/covilha-as-igrejas-do-seculo-xiv.html


sábado, 6 de setembro de 2014

Covilhã - Os Ventos do Liberalismo/ Os Ventos do Miguelismo II


 O século XIX é um período de grandes transformações políticas, económicas e sociais. As ideias liberais fervilham por todo o mundo, opondo-se ao absolutismo vigente.
 Encontrámos no espólio e nas publicações de Luiz Fernando Carvalho Dias alguns documentos que comprovam a ocorrência de actos revolucionários e contrarrevolucionários na Covilhã oitocentista. Houve muito descontentamento, reuniões secretas da maçonaria ou doutras associações (“sociedades denominadas patrioticas”), prisões, exílios, mortes, quer de miguelistas, quer de liberais constitucionalistas ou cartistas. Que miguelistas? Que liberais?


Os documentos que estamos a apresentar sobre a Covilhã, acompanham a guerra civil que os portugueses viveram ao longo de várias décadas do século XIX: a Vilafrancada miguelista em Maio de 1823; a Abrilada em Abril de 1824, cuja derrota obriga D. Miguel a abandonar o país; a morte do rei D. João VI em Março de 1826 e o início da Regência da Infanta Isabel Maria; a Carta Constitucional outorgada por D. Pedro, que se encontrava no Brasil; a abdicação de D. Pedro em sua filha; o regresso de D. Miguel em 1828 e o país virado do avesso.

 Todas estas divergências e dúvidas parecem ficar esclarecidas quando D. Miguel, ao regressar de Viena em 1828, é aclamado Rei absoluto. Esta situação abre em Portugal uma guerra civil, primeiramente entre absolutistas e liberais. Só a Convenção de Évora-Monte (1834) e o início do reinado de Dona Maria II procuram sanar esta ferida imensa que grassa no País.


Auto de Aclamação de El-Rey o Senhor Dom Miguel Primeiro


            Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil oito centos vinte oito annos e aos vinte seis dias do mez de Abril do dito Anno nesta Villa de Covilhaã em os Paços do Concelho da mesma ahi sendo presentes o juis Veriador e Prezidente, Veriadores, Procuradores e mais officiais da Camara, e bem assim Clero, Nobreza, e Povo por todos onanimemente foi dito e acordado que não podendo por mais tempo demorar um paço alem de legitimo e conforme aos seos sentimentos, como d’amuito tempo, e por diferentes vezes tem manifestado demais o exigem  Imperiozamente o bem do Estado, e felicidade da Nação, qual he o de se reconhecer e declarar Rey Legitimo e Emdependente destes Reinos e seos Dominios o Senhor Dom Miguel Primeiro para nos reger e governar do mesmo modo e com as mesmas Regalias que seos Augustos Predecessores Aclamaraõ Solenemente o mesmo Augusto Senhor, acordando que de tão glorioso acontecimento se fizeçe este auto que por certidão se devia levar a prezença do mesmo Augusto Senhor, juntamente com os vottos de vaçalagem e maior respeito à Sua Real Pessoa, e por que não cabia no tempo / por ser noite / render hoje mesmo Graças ao Alticimo, que na manhã do dia seguinte se cantaçe o Hino Tedeum na Igreja de Santa Maria Maior, rezervando para o adiante o dar mais demonstraçoens de reguzijo publico senão como dezejão ao menos como lhe for pocivel. E por esta maneira houverão este auto de Aclamação por feito que todos asignaraõ, eu Antonio Teixeira de Mendonça Escrivaõ deste juizo e nomiado para fazer este auto o escrevi e asigney. (A cópia das assinaturas):


Declararão a Camara e mais pessôas que se achavão prezentes ao tempo que se asignou o glorioso auto de Aclamação do Senhor Dom Miguel Rei independente e foi notado que algumas pessôas tinhaõ aparecido para assignar o mesmo auto sem que comtudo tiveçem concorrido quando se feS Aclamação, e que por isso para haver sobre tão importante objecto todas as clarezas se fizece expreça menção daquelles que ainda que compareçeraõ à signatura do auto não foraõ prezentes no acto de Aclamaçaõ, e se declarou serem os seguintes = O Tenente Coronel de Mellicias do Regimento desta Villa Joze Caetano Tavares = O Tenente do dito Regimento Jozé Paulo Nogueira = Joze Pessoa de Amorim = De que fiS este termo de encerramento que asigney. Antonio Teixr.ª de Mend.çª (1)

******


Fonte - 1) Livro de Actas da Câmara da Covilhã

Publicações no blogue sobre este assunto:
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2014/07/covilha-os-ventos-do-liberalismoos.html