sexta-feira, 20 de abril de 2012

Covilhã - A Misericórdia, uma Instituição de Solidariedade Social XVII

    Vamos publicar o Testamento (I) de Fernão de Anes, (1) de 1564, com instituição de capela e morgado (“administrasam de capella de morgado”). A instituição de Capela é um vínculo que significa a doação de bens a um mosteiro, igreja ou organização católica com a obrigação destas praticarem determinados serviços religiosos a favor da alma do defunto ou assistenciais. Neste caso também o testador deixa determinado que o administrador dos bens esteja na sua linha sucessória masculina, sempre que possível, e que os bens não sejam repartidos, vendidos ou trocados. O testamento refere o papel que a Misericórdia terá, pois Fernão de Anes é irmão daquela instituição, que, portanto, já existia antes de 1577.
     II e III – Pequenos documentos de 1593 e 1594, relacionados com o cumprimento de desejos do testador.

I

Treslado da instituição de capella que instituiu fernan diannes de­funto desta vila de covilhã que lhe ………… treslados por mandado e autoridade de justiça para se ajuntar a causa civel que demanda Theodo­reo correja cabral desta villa a antonio francisco de pero vizeu.

testamento de fernandianes de covilhã Em instituição de morgado de capela, digo, encargo de capela falleceo fernandianes cuja alma nosso senhor le­ve a gloria, por sua misericordia e piedade, uma sexta feira, ás quatro horas depois do meio dia, a trese dias do mes de abril do anno de mil e quinhentos e ssecenta …….. annos.
Jessus ---- em nome da Santíssima trindade, padre, filho, espírito santo, tres pessoas e hum só deos verdadeiro, em cuja salvo (sic) santissima fé catolica e apostolica fé, …… terminar e morrer como fiel cristham  --- amen.
Saibam quantos esta capela de meu testamento e ultima vontade e instituissam de capella de morgado virem, como no anno do nasimento de noso, digo, E reden­tor Jesus Christo de mil e quinhentos e ssecenta E quatro annos, aos dous dias do mês de outtubro do dito anno, digo, eu fernam dianes morador e visinho da muito honrada villa de covilham E freguesia freguesia (sic) do glorioso marttire Sam visemte residindo e morãdo nas minhas casas//que na dita freguesia tenho, estamdo doente em huma cama com todo o meu siso e entendimento natural, o qual aprouve ao Senhor Deos de me dar, não sendo certo nem sabedor do dia e hora de minha mortte, em que o Senhor me levará destta vida presente, querendo prover agora que estou em … a saude da minha alma E bem de minha consiensia, nam sendo constrangido nem rogado, mas de minha propria e livre vontade faso este presente ttesttamento, ulttima e deradeira vonttade, de minha administrasam de capella de morgado, em a maneira que se sege o q nesta direi primeiramente emcomendo minha alma […] item mais porquamto eu sou muitto devotto do abitto do glorioso padre sam francisquo E desejo morer vestido em elle por ganhar os perdoins E indulgencias concedidos […] Item mando que meo corpo seja entterrado na igreja de sam visemte destta vila, honde tenho num altar escolhida minha sepultura. Eia, digo, e levaram meo corpo os irmaoes da irmandade da santa casa da misericordia desta villa de covilham, cujo irmam eu som, assim clerigos como frades que na vila se acharem E no dia de meo enterramento houver E fasam com elles lhe daram esmollas E o acostumado favoravelmente como a servos de Deos, em cujas oraçoes muito devotas me encomendo. Item mando que no dia de meo enterramento ou logo ao outro, diram pella minha alma hum oficio de nove li­soins, com suas laudas de defuntos, cantado com missa de trez, cantada com suas ladainhas e Responsorios neste mesmo dia diram mais por minha alma simquo missas Resadas, em Reverencia e onra das sinquo chagas de nosso senhor iesus christo E huma misa de nosa senhora, Resada tambem por minha alma E duas missas Re­sadas de defuntos pellas almas do purgatorio E será a misa do oficio ofertada, como corpo presente E a oferta terá um saquo de triguo E hum odre de vinho E hum carneiro, a qual // oferta quero que seija a metade somente do prior E a outra amettade seia para a misericordia E samto Antonio. Ittem digo mais que no dia do meo enterramento, me aconpanhem dous homens pobres, digo, seis homens pobres os quais levarão ceis tochas acesas, as sinquo á honra das simquo chagas E a outra à onra da virgem, madre de Deos. E a estes pobres vistiram E lhe daram ca­misas pelo senhor calsas, sapatos, e carapusas, por amor de Deos do pano que a meo testamenteiro milhor parecer = item quero e mando que despois que digo, de meo enteramento dahi a sette ou oito dias, me faram outro = oficio de nove lisõins, com ssuas laudes, E missas e ladainhas E responsos tudo cantado. E levar lhe ham dous saquos de triguo he dous carneyros E sinquo almudes de vinho E huma ametade desta oferta para prior, e a outra ametade quero que se dê para a misericordia E para samto antonyo desta villa de covilham […] item mãdo que dem desmola para presos pobres dous mil Reis, os quais a misericordia desta villa repartindo, digo, repartirá por aquelles presos que mais necessidade tiverem item mando e quero que … sejam dados corenta mil Reis … quatro molheres po­bres, as mais chegadas e porpínquas que na minha geraçãm ouver E seram estas minhas parentas as mais pobres e nececitadas que se acharem de meo san­gue […] he a minha intensam casar estas quatro molheres pobres, minhas parentas, ou ajudadas a casar// a casar semdo Respeito ao servisso de Deos E que sejam pobres item mando que dem esmola aos frades do mosteíro de samto antonio desta vila de covilham dem trez mil Reis para vistidos E Ropa deles (sic) alimentos qual elles mais quiserem = item deixo esmola mais á comfraria do santissimo sacramento desta vila de Covilham quatro mil reis = item mais deixo desmolla as minhas duas irmans, por serem muito velhas E vírtuosas E nececitadas em cada hum anno dessuas vidas somente sinquoenta alqueires de triguo, para ellas ambas igoalmente Repartidos os quais lhe seram emtregues em suas casas, por meu testementeiro para seo maantimento, E quando nosso senhor for servido de as levar desta vida presente emtam por morte dellas ou em morrendo qualquer dellas ficara esta esmola E direito dela a misericordia desta villa de covilham para todo o sempre em cada hum ano E ho provedor E irmãoes mandaram ao lugar de perovizeo aRecadar os ditos sinquoenta alqueires de triguo E o meo admnistrador os emtregará no dito lugar de perovizeo por todo setembro para todo sempre ha minhas irmans […] Item mais considerando eu as muitas merçês e beneficios e bens que do Senhor Deus tenho recebido, e vemdo como eu mais sem nada entrei no mundo, nem uma cousa, E o mesmo senhor Deus nosso, por sua bonda­de e misericordia me deu tudo o que eu tenho, pelo qual eu desejo dar em to­do este meu testamento e ultina vontade, tudo e o que posso porque a minha intenção é querer ser todo o sempre e …….. e por eu ter dado a todos os meus filhos e filhas, e partido com eles como bom pai, e porvido com elles toda, digo, de minha fazenda, E os deixo casados com benção de Deus e minha e tenho dado a meu filho francisco fernandes quatrocentos reis,digo, e oitenta mil reis, a meu filho Joam fernendes quinhentos mil reis, quatrocentos mil reis, (sic) E a minha filha Maria Fernandes dois mi1 e quinhentos cruzados , E a Antonio fernandes quatrocentos mil reís, como se verá das quitaçois e papeis que disso tenho, quero e digo que eu ..omo toda a minha terça inteira para a minha alma e descaregos de minha consciencia, e porque posto que, segundo minha consciencia digo, memoria e consciencia não estar lembrado de divida alguma que dizer, quero e mando que sejam pagas inteirvmente, paguem todos os legados acima ditos e que abaixo disser, sejam asseito …… gratoa a Deus e proveito he para a saude, digo, daminha alma, porquanto, digo, consciencia; Item com este meu testamento e ultima vontade que a instituo hei por instituida uma capela de morgado, a qual capela faço e ordeno para todo o sempre, a qual capela nomeio em minha terça e dou assim em um corpo unidas, mui antigas e encorporadas e ajuntadas estas, digo, emcorporadas estas peças de minha fazenda, que em minha terça inteira tomo toda para a minha alma; primeiramente tomo para esta minha capela que por este faço e ordeno, a qual voto e nomeio e dou logo deste dia pera sempre, e lhe 
Peroviseu - ponte romana sobre a Ribeira da Meimoa

dou toda a fazenda que tenho, no limite de Perovizeu, as mais terras que tenho no limite da capinha, isto re­dondamente, todas as terras, digo, chãos e oliveiras e casas e toda a fazenda que nestes dous limites se achar ser minha, e casas e tambem algumas terras que se acharem no limite de batissela (sic), que ao diante nas costas deste vão nomeadas, e hum caderno que mando, este de inteira fé com este meu testamento. Item mais porque tenho altar, na freguesia de são vicente, na qual igreja como acima digo, tenho escolhida minha cova e sepultura, quero e mando é minha vontade o meu administrador que pelo tempo fôr tenha esta obrigação, convem a saber, que com efeito me mandem dizer e digam por mim perpectuamente, para todo o sempre jamais, em cada uma semana duas missas de requiem, com seu responso, sobre a minha sepultura […] Item mais eu fernam deanes de covilhã, nomeio e faço meu testamenteiro e administrador a meu filho francisco fernandes, escrivam da camara desta vila de covilhã, porque deste meu filho francisco fernandes, por ter bom saber e ser homem honrado e tambem por ser de todos meus bons e muito queridos filhos, o mais velho, confio que cumprirá e fará inteiramente cumprir esta minha ultima vontade e meu verdadeiro testamento e minha capela, por mim aqui instituída e ordenada para todo o sempre; E ele nomeado por administrador e meu testamenteiro, encomendada, entregada a ele mesmo, meu filho francisco fernandes, escrivam da camara desta vila de covilhã, por seu falecimento nomeará eu seu filho E desde agora eu nomeio a meu filho mais velho E meu neto por meu administrador E seu, digo, sucessor na administração desta minha capela, E por esta linha e sucessão irão sempre pretendendo meus administradores E andarão sempre em filho, filho(sic) mais velho E quero que pretendam sempre macho a femea, salvo, o que Deus não queira, se no meio houvesse falta de ciso natural a juizo ………. de ciencia, e que sejam de boa consciencia, E sendo caso que o meu filho francisco fernandes, meu testamenteiro e administrador, e seus filhos se fizessem (sic) (se finassem) sem deixar sucessão legitima, porque só esta quero que se entenda por sua e minha sucessão, e que nessa natural legitima e de legitimo matrimonio, e matrimonio e casamento por tal havido e fa­zendo legitima sucessão, então e neste tal caso e contecimento quero e é mi­nha vontade que este meu administrador seja meu filho mais moço, João Fernan­des, e sua sucessão de filho e filhas, pretendendo sempre macho a femea, como acima digo. Item declaro que por morte de meu filho francisco fernandes e do seu seu (sic) filho, o que vier â sucessão após elle, menor de vinte cinco anos, neste tal acontecimento dou, desde aqui, a este tal menor E quero que seja procurador meu filho mais velho, digo, mais moço João Fernandes E este tal sucessor passe o trabalho, comerá e recolherá parasi a metade dos fruitos remanecentes da dita minha capela, comprindo como acima tenho dito os encargos dela; a outra metade será para o sucessor e menor até que seja de vinte e cinco anos, porque no ano em que entrar em vinte e cinco anos quero que ele para si a ministre e receba todos os frutos E se for para isso em ausencia destes meus filhos, assima nomeados, esse francisco fernandes e sua sucessão e filhos de e filhas; em ausencia de joão fernandes e de seus filhos e filhas quero e dou esta administração a minhas filhas E precederá a mais velha e sua sucessão e a mais moça e sua sucessão; E em ausencia destes quatro sucessores, filhos e duas filhas, vivendo a filha em Covilhã de que só fio minha alma, então que só que seja meu administrador a Santa Casa da Misericordia desta villa de covilhã, com essa declaração que não possam vender uns outros nem alienar, nem escambar, nem trocar, nem por uma outra divida se possa tomar nenhuma peça das de minha capela nem vender os cem alqueires de pão que acima mando dar, em cada um ano de esmola // para a casa da misericordia, pois isto não é ter rendas e propios, mas somente a esmola que lhe deixo, em cada um ano, para sempre, em minha capela, e pedir-se por amor de Deus, que vão administrar minha alma e capela, em ausen­cia dos sucessores, pessoas nomeadas, E querendo os sucessores, digo, o curador, (deve ser provedor) e irmãos isto aceitar, quero e é de minha vontade que alem dos cem alqueires de pão, que atraz tenho dito, que tamem porá (sic) haja a dita misericordia, todos os frutos remanescentes de esmola, despois que houvessem cumprido inteiramente todos os encargos desta minha capela e ultima vontade; E sendo caso que esta minha decraração eu quizer (sic) a misericordia acima dita não quizer aceitar ou a quizer em outra maneira vaziar (sic), e contrariar, emtão neste tal caso e acontecimento tomo toda esta minha terça inteira, com todas as pessoas acima ditas, a dou e deixo a meus parentes, quaisquer que forem, que sejam de linha de meu pai e mãi e minha, para que as partam e re­partam entre si todas as pessoas desta minha terça, E tambem isto se entende­rá,o que Deus não permita, se algum ora (sic) ou em algum tempo esta dita casa confraria se disfizer; Item mais para …… traçam e firmeza do que dito tenho, e ser mais fixe este meu querer e vontade, em todo este meu testamento e instituição de capela de morgado mando e declaro e digo e quero que se enten­da, conforme forem estas condições e clausulas que fica expresso E declaro e primeiramente digo que é minha vontade que esta minha capela e bens meus, que eu ganhei e nosso Senhor me deu, e que eu aqui tomo em minha sorte e nomeio e instituo em capela de morgado e bens profanos, em minha terça tomados, quero e mando que nunca possam ser alienados fora desta minha vontade, nem quero que possa o contrario fazer algum administrador nem algum meu administrador, digo, nenhum outro possa impetrar sejam de Sua Santidade e delegado de latere bispo nem nenhum outro, porque sendo caso que algum, nos tempos futuros, houver de intentar contrariar este meu querer, comprar e vender, mudar, alterar, alegar ou de qualquer maneira usurpar ou obrigar estes meus bens, como minha terça tomados, para esta minha então, digo, que na mesma hora e ponto, ante omnia, que alguma dessas ditas coisas faça ou mude,que seja em alguma maneira contraria ao que neste meu testamento declaro e mando, desde agora para então, tomo para mim a dita minha terça E bens meus e nomeio, por mi­nha administradora a Santa Casa da misericordia desta vila de Covilhã, com a declaração e condição acima dita e declarada E hei por ………. a todos meu sucessores a cada um dos que no sobredito ouverem tido daliqua…, ouvessem tido, digo, ouvessem tido dele nomeação e administração, para que não possa nenhum deles gosar nem frutos dela, porque ho quero que esta minha vontade, ao pé da letra se cumpra. Item mais quero e declaro que o que for meu administrador e testamenteiro, na administração destes meus bens que aqui ajunto …….em meu, digo, à capela de morgado, quero e mando que cumpridos inteiramente, acabados os legados e mandos que atras ficam ditos […] Item mais quero e mando e deixo e dou o cham que eu tenho a par e junto dos meus pisois, (1) onde está o cruxifixo, todo rasado como está com suas arvores, redondamente, para fabrica do mesmo crucifixo e sua capela Em ………. E grades E grade de ferro, assim como e está, e que se em algum tempo aquela santa imagem se gastar ou por qualquer via se desfalecer ou qualquer das cousas que dito tenho, quero que ponham outra da mesma perfeição e melhor e tenham aquela ca­pelinha sempre viva e inteira, porque para isto deixo o dito cham com suas árvores e castinheiros, assim como está cerrado e cercado para a fabrica do dito crucifixo que eu ali fundei, para memoria da paixão do Senhor, que é toda minha esperança E este chão andará junto e encorporado a outra fazenda que para minha capela de morgado, em todo este meu testamento instituo e faço de minha terça, com o mesmo administrador que para minha alma aqui tomo para mim; Item mais digo e declaro porquanto vejo as grandes faltas e descuidos que em semelhantes capelas se fazem, que é a minha vontade e o meu ultimo querer que este meu testamento se faça cumprir pelas justiças del Rei nosso senhor, o que isto deve fazer cumprir capelas (sic) semelhantes para tomar em muito particular, pela promessa ao senhor Jesus, desta notável vila de covilhã, que por mandado del Rei nosso senhor tiver, averá, que no dia segundo ou terceiro que se seguir à festa da visitação da sacratíssima virgem Maria a Santa Isabel, do mês de Julho, queira tomar juntamente com o senhor provedor da misericordia desta vila, conta ao dito meu testamenteiro e instituidor desta minha capela e morgado E pelo trabalho que o dito juiz tiver de tomar esta dita conta, mando que lhe sejam dados trezentos reis em cada um ano, que assim tomar […] E mais mando e declaro que confraria de Sam Miguel, o anjo, mil reis E á confraria do espirito santo outo mil reis: Item mais mando e declaro que todos os penhores que se achassem que se, digo, que tenho em minha casa de algumas pessoas pobres de dois tostois para baixo, mando que se lhe tornem livremente por amor de Deus Item mando que se dê ao prior de S. Vicente por alguns dizimos requeridos mil reis […] Item mando mais que meu testamenteiro e administrador compre um co­fre, que tenha trez chaves, e dentro nele está o treslado deste meu testamento e instituição de capela de morgado, o qual cofre será de dois palmos e meio de comprido e um e meio de largo, forte e forrado, o qual estará fechado com trez chaves, e uma delas terá o provedor que fôr da misericordia, e outra o capelão e outra o tesoureiro, e mando que se faça um livro branco, em o qual se assentarão os conhecimentos e contas, que se tomarem a meus administradores, o qual estará outrosim dentro no dito cofre, que estará na casa da misericordia; Item mais mando ao meu administrador que do rendimento da dita capela de morgado, compre, quando for necessario, os ornamentos para se dizerem as missas, ……………………… E em testemunho de verdade assim mandei escrever este meu testamento, nesta nota, da qual se tiraram dous trelados, em primeiro, e tres, se cumprir com tal conndição que nenhum deles sejam para perjuizo deste meu testamento e minha vontade, dos quais mando que um deles tenha meu administrador e testamenteiro, E outro estará no cofre que dito tenho, da misericordia, digo, na casa da misericordia, dentro em uma arca que eu tenho dado á dita casa de esmola, o qual aqui assinei por minha mão, testemunhas que foram o senhor bastião carvalho, tabaliam del Rei nosso Senhor. […] E eu francisco Henriques, primeiro tabalião de notas em a dita vila de Covilhã, e seu termo, por el Rei nosso senhor, que este instrumento de testamento e instituição de capela e morgado, em meu livro de notas escrevi, por mandado do testador, onde por sua mão, com as testemunhas sobreditas assinou, donde tirei esta que dei a francisco fernandes seu filho e testamenteiro e administrador desta sua capela que, digo, e morgado, que vai escrito em trese meias folhas de papael até aqui, com a diante em que vai meu sinal todo escrito na verdade concertado, digo, sem riscado, nem entre linha, nem borrão, nem cousa viciosa, em que haja ou possa haver duvida, somente o mal escrito que diz: clausulas; que tudo se emendou por ser a verdade E aqui por verdade assinei, de meu publico sinal que tal é; sinal publico do escrivão; porque deste instromento com annata tresentos reis; Ano do nacimento de nosso Senhor Jesus Cristo de mil e quinhentos e secenta e seis anos, aos sete dias do mês de março,digo, de maio, em a vila de Covilhã e pousadas de francisco vaz, prior da Igreja de S. Pedro de Orjais e arcipreste deste arciprestado, da dita vila, pelo muito ilustríssimo Senhor Bispo da Guarda, estando ele arcipreste e francisco fernandes, escrivão da ca­mara da dita vila, testamenteiro de alma de fernão de Anes, seu pai, que Deus lhe dê a gloria, ele apresentou o testamento atraz, para dele lhe tomar conta do cumprimento dele, e eu antO fernandes, escrivão, o aprovei, ho dito arcipreste mandou que o dito testamenteiro lhe apresentasse as quitaçõis que tinha, as quais ele logo apresentou, e apresentadas mandou que lhe fizesse tudo concluso, e eu escrivão o fiz, e este aprovei […] E com isto julgo este testamento por cumprido, e mando que se lhe passe carta de quitação, em forma, e declaro não haver aqui o Residuo lugar. a) francisco vaz Publico foi, digo, publicado foi atraz pelo dito arcipreste, em esta vila de covilhã, em suas pousadas, em casa do dito testamenteiro aos, digo, vinte e seis dias do mês de maio de mil e quinhentos e sessenta e seis anos E eu Henrique fernandes, escrivão, ho escrevi.
Francisco vaz, prior da Igreja de S. Pedro de Orjais, arcipreste em este arciprestado de Covilhã, pelo muito senhor Rei (sic) senhor Dom João de Portu­gal, e provedor da Guarda, do concelho del Rei nosso Senhor, E a quantos esta quitação virem, faço saber que quem vir este testamento atraz que fez Fernão de Anes, que Deus dê graça, morador que foi nesta vila, E por ele tomei conta a francisco Fernandes, seu filho, e seu testamenteiro, o qual me fez certo, seu juramento dos santos evangelhos, que lhe dei quitaçoes e assinados, ////////// e do seu ………… dito testamenteiro, digo, testamenteiro E cumprido comforme /// direito inteiramente, trinta mil reis dos quarenta mil reis que o dito testador mandou dar, a quatro molheres suas parentes pobres, mais chegadas, que estão por dar, que não eram dados mais que …….. de que mostrou quitação para os trinta que eu sei não serem dados não terem dados (sic) por ………………………… nem ca­sarem estas molheres parentes a que lhe mandam dar, os houve por depositados na mão do dito testamenteiro, de que mandei fazer este auto, por mim e por ele assinado com testemunhas, que apresentes foram que ///////////////////// que esta fez porque por mim visto, julgo o dito testamento, com esta declaração como em meu despacho se contem, digo, atraz se comtem, por cumprido, conforme a vontade do dito testador E hei por desobrigado o dito testamenteiro dos encar­gos dele, ho dou por quite, e livre deste dia para sempre E de ////////////// aqui atestado, digo, oferecido lugar por ter cumprido, com tempo devido, conforme o direito, o pagar da do………… testamanteiro. lhe mandei passar a presente /////// e mando a todas as justiças assim eclesiasticas como seculares, sob pena de excomunhão ipso facto, que a cumpram e guardem como nele se contem Henrique fernandes escrivâo, a fiz, na dita vila, sob meu sinal somente, aos dezasete, digo, vinte dias do mês de maio de mil e quinhentos e secenta e seis, digo anos, francico vaz; ao sinete vinte reis, tenho dado os trinta mil reis E delles tenho quitaçois publicas, que se acharam com esta e assim as oito mil do testamento de minha irmã, de que consta tenho quitaçois publicas ………… E mais termos assim ////////// escritos. Eu Domingos Gonçalves Robalo, tabalião publico do judicial, em esta notavel vila da Covilhã, e seu termo, fiz tres­ladar bem e fielmente e na verdade do proprio livro do testamento, aprovação e mais termos nela …………………………………….. a qual me foi entregue por Teodosio Correia Cabral, morador nesta vila de Covilhã, por mandado e autori­dade de Justiça, para se juntar a este testamento e instituição da dita cape­la, a qual lhe tornei a entregar E de como a recebeu assinou aqui, e não fação duvida as entrelinhas e emendas que atraz ficam ///////// serão por ///// bem e dis////////ente  a institução da dita ////////// E mais termos ao pé dela ///////// porque senão pode não ter melhor do que fica dito E a propria instituição me reporto E /////////////////////////////// E os proprios que comigo abaixo assinado E por verdade me assino aqui, em razo, hoje em Covilhã, aos tres dias do mez de Outubro de mil e seiscentos e cincoenta e oito anos Eu Domingos Gonçalves Robalo, tabalião, que o fiz escrever e sobescrevi.
a) Domingos GIz Robalo

Concertado com o proprio por mim tabalião Domongos gonçalves Robalo

E comigo tabalião Domingos da Veiga

a)        Ceuta


II

Cumprimento de disposições do testamento: 1593 - Tº do Pão sabido que esta caza tem em cada um ano

“Manuel Temudo da Capella, da capella de seu avô de que he admnistrador pagua em cada hum anno a esta casa Sem alq.res pela medida velha.SS. sinquoentta de triguo e outros simquenta de centeio pª sempre, na sua tulha de pero vizeu.”


III

Cumprimento doutra disposição do testamento de Fernão Anes (1594)

Aos seis dias do mês de julho do ano de mil e quinhentos e noventa e quatro anos na vila de Covilham na casa da misericordia da dita vila, sendo asi feita a eleição atraz como dito e logo jorge de faria provedor do ano pasado emtregou hua chave q tinha do cofre do cofre (sic) de fernão de anes dõ oje om esta o seu testm.tº e jsto ao provedor novo Joam frz requerendo lhe e lembrandolhe q logo ao dia seguinte requeren se ao juiz de fora tomase comta ao admnistrador da capela do dito fernão de anes e corese com ele ate aver feito ho tomar da dita cõta cõforme ao // testam.tº do dito defunto e logo joge (sic) fr.cº tisoureiro do ano pasado entregou a fr.cº mendez tisoureiro do presente ano outra chave do dito cofre q tinha e outra fiquou em poder do capelão da casa e ho dito provedor joam frz e tisoureiro fr.cº mendez aceitarao as ditas chaves pª delas dar conta cõ entrega en afim de seu ano e prometerão fazer fazer tomar a dita cõta e asinarão aqui e eu m.el Fr.cº escrivão da dita casa que este escrevi.

  a) Faria gracez            a) João frz
                a) fr.cº mêdez

Notas dos editores – 1)Fernão de Anes já é nosso conhecido desde a publicação de 4 de Junho de 2011 sobre a história dos lanifícios da Covilhã.
Estes documentos foram transcritos por Luiz Fernando Carvalho Dias, do Arquivo da Misericórdia da Covilhã.

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