No dia 8 de Abril
passeámos a pé pela cidade da Covilhã e o editor Miguel Carvalho Dias fotografou várias
igrejas e capelas, que hoje apresentamos. Vamo-nos inspirar na “Descrição de 1943” da autoria de Luiz Fernando Carvalho Dias e na “Página Município
da Covilhã”, para melhor conhecermos alguns monumentos. Partimos do Pelourinho,
da Igreja da Misericórdia.
1 – A Igreja da Misericórdia, de
estilo maneirista e barroco, foi construída nos fins do século XVI e é já de
acentuadas características filipinas. O altar-mor é de rica talha portuguesa
desse século.
2 – A Igreja de São Tiago/Igreja do
Sagrado Coração de Jesus e respectiva torre, foi construída no
século XIX no mesmo local onde antes houvera uma capela. Com a implantação da
República foi fechada ao culto, tendo servido de armazém, cavalariça e
tribunal. Em 1952 foi recuperada ao culto pelos Jesuítas.
A Feira de S. Tiago realizava-se no adro da
antiga capela.
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3 – A Capela de S. Silvestre é muito
antiga. Foi edificada no arrabalde da povoação, provavelmente no século XVI, com características
maneiristas, de nave única. A fachada principal é muito interessante e apresenta campanário duplo. Sofreu várias obras de
restauro e em 1956 foi doada à Misericórdia.
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4 – A Igreja de Santa Maria Maior foi
edificada no século XVI no local da capela de Santa Maria do Castelo. Um
restauro de 1870 deu-lhe características barrocas e em meados do século XX a
fachada foi revestida dos azulejos que ainda hoje apresenta. É interessante
sabermos que, como era a Igreja mais importante da vila, vários pleitos foram
julgados no seu adro pelo juiz e
homens bons da terra.
Luiz Fernando Carvalho Dias diz-nos ainda: “A
Igreja de Santa Maria do Castelo (ou de Roque Amador) é a matriz das igrejas
covilhanenses. Esta igreja sofreu no decorrer dos tempos
várias reconstruções, de tal ordem que se encontra de todo destituída da sua traça
primitiva, oferecendo-nos hoje o aspecto de um templo sem características
arquitectónicas apreciáveis. Entre as suas imagens destaca-se uma boa escultura
em madeira, da Senhora das Dores, do século XVII, proveniente do antigo
convento de Santo António, e uma outra da Assunção, do cinzel do escultor
Caldas. As suas preciosidades resumem-se hoje a uma custódia de prata dourada,
cuja perfeição é digna de admirar-se, e a um valioso relicário do Santo Lenho,
oferta do Imperador Carlos V ao Infante D. Luiz, após a conquista de Tunis.”
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5 – A Igreja de
Santa Cruz ou do Calvário, segundo Carvalho Dias, é uma “fundação primitiva do Infante D.
Henrique, foi mais tarde restaurada e largamente dotada pelo Infante D. Luiz,
filho do rei D. Manuel. A capela é quase toda revestida de talha dourada do
século XVI e o tecto apainelado, com cerca de trinta e cinco telas, cenas da
vida de Cristo. Somente sete, de entre estas, guardam a pureza primitiva, pois
sobre as restantes já passou o vandalismo de uma restauração infeliz. Guarda-se
neste templo uma preciosa escultura do Crucificado, digna de ser admirada.”
O padre Pina na sua
Monografia da Covilhã escreve:
“A terceira hermida é a da Senhora do Pé da Cruz, chamada
Santa Cruz. Está sita no cimo da vila mas fora dela, para a parte do Norte, em
distância de, pouco mais ou menos, sessenta passos. Tem um só altar. Está feita
com primor e bem composta. Nesta hermida esteve a relíquia memorável do Santo
Lenho [… logo no princípio, quando foi dada pelo Infante D.Luis. Há nesta
hermida uma grande irmandade de moços solteiros que nela mandam dizer missa em
todos Domingos e dias santos do ano e mandão fazer duas festas em que há muito
concurso de povo, uma em dia da Invocação da Cruz, outra em dia do nascimento
da Senhora. Nesta hermida se prega o sermão dos Passos do Calvário, na primeira
dominga da Quaresma. Fora dos ditos dias de missa e festas não acorrem a ela os
fieis. “
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6 – A Igreja de
S. Francisco /Nossa Senhora da Conceição é o que resta “dum
convento, cuja fundação primitiva se sabe ter sido nos princípios do século
XIII, só resta hoje a igreja, acabada nos fins do século XIV. Da sua primitiva
traça gótica ficaram somente as paredes laterais, com seus dois portais em
ogiva e o pórtico principal, encravado numa frontaria do século XIX, “estilo Junta
de Freguesia”, no dizer humorístico de Ramalho Ortigão. Nessas duas paredes
primitivas foram rasgadas nos meados do século XVI duas belas capelas
tumulares, com estátuas jacentes e abóbadas artesoadas.” (Luiz Fernando Carvalho Dias)(1)
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7 – A
Capela de S. João de Malta foi
edificada, provavelmente, no século XVI, em estilo maneirista e com uma única
nave. Pertenceu à Comenda da Ordem de Malta, cuja cruz é visível.
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8 – A Capela de
S. Martinho é a mais antiga da Covilhã. Carvalho Dias escreveu: “aconchega-se, humilde
na traça românica das suas pedras.
Foi há pouco tempo restaurada pela Direcção
Geral dos Monumentos Nacionais. Merecem um momento de observação duas tábuas de
Primitivos, que nela se guardam, uma representando S. Lourenço, e outra Santo
Estêvão, que parecem ter sido os dois quadros laterais dum tríptico. Podem
ainda admirar-se nesta capela a curiosa janela românica, sobre o portal da
entrada, e um calvário em tela, do século XVIII, de pintor português.” Tem planta rectangular e um portal com
arco-de-volta-perfeita, com tímpano cego. Não conseguimos visitar.
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9 – A Igreja de Nossa Senhora de Fátima foi
mandada construir na década de quarenta do século XX, onde antes se situava a Capela do Senhor da Ribeira.
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Chegou ao fim o nosso passeio. Regressámos a
casa, no Pisão Novo, junto da Ribeira de Degoldra. (2)
Nota dos Editores – 1) Publicámos este
assunto em Fotografias Actuais IV. 2) Não chegámos a visitar a Igreja mais recente da
Covilhã, Igreja da Santíssima Trindade, inaugurada em 2009, que fica no Largo da Estação.
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